Tempo que urge
Tempo
que urge como se quase falasse
como se quase me obrigasse a querê-lo diferente
daquilo que é.
O tempo urge, o tempo clama
Desenha por minhas mãos uma alma plana
e não pode ser estranho
- esvaindo-se daquilo que foi.
O tempo urge e pede por mim hoje
aquilo que não era ontem.
Me decide pelo dia de amanhã
como se'u fosse atemporal
fazendo heresia,
escultura,
abraços, abrasivos
adesivos,
poesias loucas que me colocam sob o destino
inerte
completamente inerte
manifestamente inerte
tão inerte
quanto o paradoxo
do beijo
que não se pode sentir.
O tempo urge
com a capacidade de ser aquilo que a Egrégora disse;
gritando que não tenha alma
frisando manter a calma
pra ficar onde estou.
O tempo urge me colocando no lugar,
me colocando na vida,
semente de mostarda;
que do mais não vale nada,
porque sabe calcular.