CARTA DE DESPEDIDA AO GRANDE AMOR DA MINHA VIDA

Era em uma sexta feira, dia 23 de junho do ano de 2012. Para mim era mais um dia qualquer, senão fosse pelo fato de que eu iria embora e tinha uma grande vontade de ir. Era ao entardecer quando a vi, entrei no carro e olhei para trás e pensei que a menina que eu não conhecia e estava no banco de trás, era muito bonita, mas não era para mim. Devia ter percebido naquele momento que aquela menina não era para mim. Eu estava com outra pessoa, ela também estava com outra pessoa, ela gostava de outra pessoa da qual não era com quem ela estava, eu também gostava de outra pessoa da qual não era com quem eu estava. A gente se parecia e eu nem sabia, foi o final dos meus dias naquele dia e eu não havia percebido. Ali então estava o grande amor da minha vida, que ironia são as coisas dessa vida.

Querer nem sempre é poder e eu não a queria naquele momento.

Aquela história de que tudo acontece no seu tempo parece baboseira aos olhos de tantos e verdade para tantos outros, se eu não tivesse me apaixonado por essa menina ao ver o seu olhar em um dia qualquer de júri, não me recordo a data. Apenas me lembro do seu cabelo preso e do seu moletom, a partir daquele dia nunca mais a esqueci. A partir daquele dia ela foi à dona dos meus pensamentos, eu que tinha outra pessoa em mente, apaixonei-me perdidamente, era o grande amor da minha vida, sabia que nunca mais iria esquecê-la.

Então eu decidi que ela iria ser minha, mas como se pode ter um alguém, se nenhuma pessoa pertence a ninguém, cada pessoa pertence a si mesma e eu só queria ela e ser dela.

Uma pessoa pertence a dezenas de outras e eu não sabia disso então, demorei tanto para aprender. Fui uma tola, mergulhei na vontade infinita de tê-la só para mim. Na ilusão dos meus dias consegui uma ilusão de que ela era minha, tantos momentos, tantas vontades, tantos segredos, tantas noites sem dormir, tanto amor e quanto amor. Seus beijos, seu toque, seu abraço, sua doçura, seu jeito que eu admirava e amava tanto. Era amor que não cabia no peito, era tanto amor que não parecia verdade.

O amor pode acabar com qualquer pessoa e comigo então acabou. Entreguei-me para a menina mais linda que meus olhos já viram. Para a dona dos meus sorrisos e meu pensamento. Então ela partiu meu coração pela primeira vez. E doeu.

Dói, não ser o pensamento da pessoa que se ama, dói imaginar que você não é suficiente.

Então mais uma vez doeu, mas a culpa não fora dela, foi minha. Eu me machuquei sozinha, por meu orgulho, pela mágoa e sem ela, então doeu.

A perdi e doeu mais uma vez e isso doeu. Saber que não era mais minha, que seus pensamentos eram de outra pessoa doeu e como doeu. Tentei me recuperar e quando a ferida estava cicatrizando, ela apareceu no dia 31 de maio de 2014.

Dias depois, o destino nos colocou no mesmo caminho. Seria mesmo o destino então? Queria-nos juntas novamente? Haveria alguma chance para eu ser feliz?

Havia ficado tão triste durante meses e na atual situação estava eu, na inércia do coração. E lá estava ela, entre todas as outras pessoas, me querendo novamente, entretanto me queria verdadeiramente ela? Não sei e nunca saberei.

Foi tudo real ou tudo mentira? Me questiono hoje em dia, depois que ela me deixou novamente, mais uma vez.

Tortura é a vida sem você, felizes eram meus dias com você. Perdi a vontade das pessoas, perdi o brilho nos olhos e perdi você. Não perderei meu tempo contando quantos dias estive com você e querendo você.

941 dias.

941 dias te amando, até hoje. Aliás, devo tirar 3 dias desses dias? Por que então, dentre tantas coisas pelas quais passamos, tantas outras pessoas, tantos amores... Por que então, você quis me fazer deixar de te amar?

E quantas coisas passamos então ein? E o amor perdurou até então.

No mais estou indo embora, esse foi meu último romance.

Adeus, grande amor da minha vida.

J C
Enviado por J C em 25/06/2016
Código do texto: T5678157
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