Morte

Em dias como hoje é inevitável não parar e, sinceramente, foi isso que aconteceu comigo ao ler a notícia da morte de uma menina de 11 anos enquanto brincava com as amiguinhas na rede: eu parei. Era um dia como outro qualquer, era uma brincadeira como tantas outras, quem poderia imaginar que hoje seria melhor não brincar na rede? Quem poderia imaginar que a parede ia cair, que o botijão ia explodir ou que um jovem ia preferir desistir? A morte tem dessas coisas, ela chega sem avisar... Sempre em um dia normal, sempre quando estamos fazendo as mesmas coisas e sempre na hora que menos esperamos. Era um dia normal... E para aquela menininha que deveria estar sorrindo à cada balançada dada... Era o último e ninguém sabia... e só Deus sabia.

Será que se os seus pais soubessem que hoje seria a última chance que eles teriam para abraçá-la, beija-la, dizer a ela o quanto a amam e fazer por ela tudo que estivesse ao alcance deles, eles teriam aproveitado melhor esses últimos momentos? Sem dúvidas!! E aqui não estou dizendo que não aproveitaram, ou que deixaram de fazer algo por ela, não os conheço e talvez nunca venha a conhecer, mas o fato é que quando perdemos alguém que amamos muito, é que percebemos que poderíamos ter feito muito mais.

Ah se soubéssemos! Não é verdade? Se soubéssemos o dia da nossa morte ou o dia da volta de Jesus, poderíamos nos preparar as vésperas, entrar nos trilhos, fazer o que temos para fazer. Mas não sabemos... E por isso devemos estar vigilantes, devemos viver a intensidade de uma vida na presença de Deus diariamente, devemos parar de brincar de viver e vivermos a essência daquilo que Jesus tem para nós. Já passou da hora de deixarmos o egoísmo de lado, de olharmos menos para o nosso próprio umbigo e mais para o nosso próximo. Já passou da hora de entendermos o que a Bíblia tão insistentemente nos revela "ninguém sabe o dia nem a hora", "aproveite enquanto é tempo", "busque enquanto pode achar". A Bíblia fala de Jesus, aquele que morreu por nós e que sempre preferimos deixar pra depois, pois achamos que ainda temos muito tempo... Mas fala também do que estamos fazendo com aqueles que amamos, nos alerta para a nossa incapacidade de saber o dia de amanhã.

Em apenas um segundo tudo pode mudar... O sorriso vira lágrima, a alegria dá espaço a saudade e o tempo que era pouco fica longo com o vazio da ausência. Será que temos aproveitado bem o nosso tempo? Será que estamos nos doando aquilo que tem realmente valor? Ou na busca por sucesso profissional, por roupa de marca, telefone de última geração, estamos deixando de lado aqueles que de fato são indispensáveis nas nossas vidas?

Por vezes nos estressamos com tão pouco, perdemos a paz por coisas insignificantes, confundimos respeito com medo e afastamos nossos filhos de nós, não temos tempo para ouvir suas histórias, pra brincar suas brincadeiras, para dividir sorrisos. É cada qual no seu canto, todos dentro de uma mesma casa mas com corações distantes. Não admitimos perder o nosso programa favorito para fazer-lhes companhia, estamos cansados demais para lhes dedicar o nosso tempo. E a pergunta que me fiz o dia todo hoje foi: e depois?

É certo que uma fatalidade desse tipo não é algo que se espere, Deus nos livre e nos guarde de algo assim, mas nossos filhos vão crescer... E depois? Cada fase que se passa é uma oportunidade perdida, com o crescimento novos voos, novos objetivos... Não tem volta, não poderemos fazê-los caber nos nossos colos novamente, não seremos mais as primeiras pessoas com quem eles vão querer dividir suas vitórias ou chorar suas derrotas... Eles vão crescer, vão criar asas e em nós ficará a incerteza se realmente fizemos tudo que podíamos fazer!

Ao ler a notícia e ao ver a foto da menina, me coloquei no lugar da sua mãe e não consigo imaginar a dor que ela está sentindo, porque só em tentar imaginar já dói demais. Era um dia normal, era pra ela ter voltado pra casa... Mas não voltou! E se hoje eu pudesse deixar um conselho para quem quer que fosse eu diria: AME! Ame como Jesus nos ensinou a amar, ame incondicionalmente e demonstre esse amor ao seu esposo (a), seus filhos, seus pais, seus irmãos, seus avós, seus tios, seus primos, seus amigos e a todos que se aproximarem de você. Não perca a oportunidade de amar e de demonstrar amor, não perca a oportunidade de entregar sua vida a Jesus, a única certeza que temos é do instante que estamos vivendo... Depois? O depois pode nem chegar!