A do responsabilidade no falar.
Mas eu lhes digo que, no dia do juízo, os homens haverão de dar conta de toda palavra inútil que tiverem falado. Pois por suas palavras você será absolvido, e por suas palavras será condenado. (Mat 12:36,37). Aqui Jesus alerta os da época e a nós que daremos conta da palavra proferida, mas devemos entender que Ele está alertando a respeito das palavras proferidas em momentos, onde a ira, a frustração ou quando alguém o algo vai de encontro com o que sentimos ou pensamos, e este sentir vem à tona em forma de palavras ofensivas ou na forma de tentar iludir a outrem. São estas palavras que daremos conta, porque há certas palavras que ferem mais do a espada ou uma arma de fogo, até mesmo porque tais armas ferem o corpo em sua materialidade, mas as palavras ferem e ilude a alma e consequentemente o físico chegando ao ponto de iludir ou anular o espírito do ser humano.
E, é certo também que podemos conhecer a outrem, e entender o estado do coração de uma pessoa mediante as palavras que pronuncia. O dramaturgo Menandro disse: “Pode-se conhecer o caráter de um homem por suas palavras.” Ou seja, que está no coração só pode sair à superfície e ser conhecido a luz do dia por meio das palavras. O ser humano traz a luz e se revela através de seus lábios, pois são nos detalhes de sua fala que vemos o que realmente este traz em seu coração. É algo evidente que não há nada tão revelador como as palavras. Não precisamos falar muito tempo com alguém para descobrir se sua mente é pura ou não. Não precisamos ouvi-lo durante muito tempo para descobrir se tem uma mentalidade generosa e amável ou uma mente cruel, indiferente, crítica. Não precisamos ouvir durante muito tempo a alguém que prega ou ensina para descobrir se sua mente é clara e lúcida ou confusa e complicada. E bom que saibamos que nos revelamos continuamente o que somos mediante o que dizemos.
A palavra do grego usada aqui para inútil é: “αργος argos”; livre de labor, preguiçoso, evitando o trabalho que deve realizar. Ou seja, aquilo que é dito sem reflexão. Quando experimentamos ira, a frustração ou nos embatemos com alguém que difere do que pensamos ou ainda em meio as panelinhas sociais, sentimos podemos dizer coisas que jamais teríamos dito se tivesse exercido o autocontrole. Mesmo que depois afirmemos e nos desculpemos pelo que foi dito, afirmando que não queríamos dizer o que foi dito, isso não nos isentará da responsabilidade de tê-lo dito. Por outro lado, o fato de tê-lo dito costuma deixar uma ferida que nada pode curar e levanta uma barreira que nada poderá derrubar. Alguém pode dizer em um momento de distensão algo grosseiro e questionável que jamais teria dito em público, e isso pode permanecer na memória de alguém que jamais o esquecerá. Pitágoras, o filósofo grego, disse: “Deves preferir atirar uma pedra por equívoco antes que pronunciares uma palavra por equívoco.” Assim entendemos que uma vez proferida a palavra que fere ou suja, não há nada que a faça voltar atrás, e segue um caminho de destruição, em qualquer lugar que for.
Sendo assim cada um de nós deve analisar-se a si mesmo. Deve examinar suas palavras para poder descobrir o estado de seu coração. E deve recordar que Deus não o julga pelas palavras que pronuncia com cuidado e premeditação, mas sim pelas que pronuncia quando desapareceram todas as barreiras convencionais e os verdadeiros sentimentos de seu coração aparecem na superfície. A escritora Beth Day disse: Antes de fazer ou dizer algo faça-os passar pelas três portas de ouro. As portas são:
– A primeira: É verdade?
– A segunda:É necessário?
– E a terceira e última e mais estreita: É gentil?
E se ao final de tudo o que chegar, as tuas mãos ou aos teus lábios, passarem por essas três portas, então poderás agir e falar, sem temeres quais sejam os resultados de dos teus ato e palavras. E agindo assim transformaremos o mundo a nossa volta e seremos tratados da maneira que queremos ser tratados, em outras palavras o mundo se fará melhor. Bom dia!
(Molivars).