Remando, remando...
Andei pensando nessa fase da minha vida, nessa vibe boa que ando levando. Tempo de absoluta dedicação a mim mesma, tempo de acariciar o ego e de me cobrar menos, tempo de me conhecer e me amar cada vez mais. Sem desejo aparente de me ancorar a algo ou alguém, exercitando diariamente a sinceridade para comigo e com outro. Descobrindo novas vertentes de mim mesma, me dedicando ao que faz meu coração pulsar, voando de pés no chão. Vou indo, me doando a quem precisa, sem necessidade de pertença, dando de mim e recebendo dos outros, sem compromissos, sem contratos, sem explicações. De malas sempre prontas, as estradas me seduzem, fazendo o que dá na telha, sem ferir e nem passar por cima de ninguém. Desfazendo algumas certezas e descartando alguns princípios, por ora obsoletos. Sem perder tempo e menos preocupada em agradar a qualquer pessoa que não seja a mim mesma. Embora precoce, carrego a certeza que há um mundo a desbravar e ando sedenta por tudo que ele tem a me oferecer, absurdamente encorajada pelo meu instinto. Nesse processo constante de maturação, algumas coisas começam a fazer sentido e outras o perdem completamente, crescer não nos traz tantas certezas como pensávamos na infância, as incertezas e incompreensões tendem a aumentar. Experimentando o amor ágape e me deliciando com o equilíbrio espiritual que ele me proporciona, certa de que ele me conduz e de que sou uma infindável fonte de amor. Não quero nada que possa ameaçar esse meu período divino, nada que me venha desiquilibrar ou me fazer ancorar, eu quero doses diárias de aventuras. Vou remando, na certeza de que a tempestade não haverá de me tirar o propósito, certa de que a calmaria sempre vem e que eu fui treinada com os golpes duros da vida. De alma limpa, de corpo leve e convicta de que Deus me acaricia todos os dias, vou remando, remando...