Acreditar

Não, eu não quero esquecer. Não, isso não vai mudar. Não importa o que aconteça, tudo que senti ainda está aqui. Aprendi com o tempo a guardar as coisas boas e esquecer as ruins. Aprendi a acreditar no melhor das pessoas. Sei que ainda vou quebrar muito a cara. Sei que ainda serei rotulada como idiota por ainda acreditar. Mas o que seria da minha vida se eu não acreditasse no melhor? Se eu não tivesse esperança que tudo vai ficar bem? Se eu não tivesse fé de que sou protegida o tempo inteiro e que todas as coisas cooperam para o meu bem? Talvez eu teria surtado. E quem nunca enlouqueceu? Quem nunca teve dúvidas? Quem nunca errou? E quem sou eu para julgar o que alguém faz ou pensa sobre mim? Isso não me torna melhor do que ninguém. Não sou perfeita e por isso vou tentar sempre entender as pessoas. Um dia aparece uma pessoa em sua vida que mostra que isso é possível: amar incondicionalmente. Deus me mostrou que este amor existe, pois ele é o próprio amor e quem nunca me deixa sozinha. Mas hoje, nestes dias turbulentos nos quais vivemos, neste mundo de possibilidades, é muito difícil acreditar que ainda exista amor entre homem e mulher. Eu acredito porque posso dizer com toda a certeza do mundo que sinto esse amor. Amor que liberta, que compreende, que cuida, que esquece de si mesmo, que sente parte do outro sem dominá-lo. E, mesmo quando tudo está mal, acredita nele e deseja o bem. Quando amamos, vivemos em guerra. Não, nunca será só flores. Um exemplo são nossos pais. Por nos amar, eles farão de tudo para nos ver felizes. Vão chorar quando não fizermos sua vontade, mas vão permitir algumas vezes, pois entendem que é o que nos faz bem. Vão viver preocupados, serão chatos, nos farão passar vergonha... Sim, o amor faz isso. Ao mesmo tempo que exige, o amor nos deixa livres. E eu quero me alimentar de amor. Eu quero amar as pessoas quando elas menos merecerem, pois é quando elas mais precisam. Não me arrependo de dar o meu amor, me arrependo de não poder ter dado ainda mais. Mas a vida não acabou, quero viver o que de melhor ela tem a me oferecer. Talvez a fase seja diferente, um momento no qual preciso cultivar mais esse amor dentro de mim do que entregá-lo. A vida é cheia de fases e não tenho medo de viver nenhuma delas. O tempo cura, restaura, fortalece, amadurece e mostra a verdade. Quero chorar, quero rir, quero suplicar, quero mudar, escrever, viajar e, acima de tudo, acreditar.