Luz e Trevas, Divisão da Eterna União...
Um ao outro, como se os pés não caminhassem sem o chão; como a ave sem as asas, como terra e mar...
Um ao outro para que exista equilíbrio, para que ambos coexistam...
O que seria do caos não fosse a paz, o que seria da paz não fosse o caos?...
Quem pediria silêncio se fôssemos todos surdos?...
Quem saberia caminhar ou nadar não fosse separada a terra da água?
Quem poderia respirar não fosse o ar no céu nem a água no mar?
A divisão eterna, a eterna união, luz e trevas, têm braços tem mãos...
Terminando em um mesmo corpo chamado homem, luz e trevas em confusão...
Este que derrama o próprio sangue trazendo para si a maldição da guerra, incitando ódio, dor e sofrimento, em um circulo interminável que chama de existência...
“A morte que caminha”
Desde que se colocou de pé, enterrou no solo tantos outros...
Santo-Profano, Divino-Demoníaco, ser humano...
Em seu âmago Luz e trevas habitam o mesmo espaço em constante colisão, anjo e demônio em guerra estão desde o nascimento ao fechar dos olhos...
Fadados a matar-se um ao outro, pondo fim à harmonia, sem saber que ambos pereceriam, pois descobrirão tarde que partilham o mesmo coração...
Até que chegue o dia, a luta segue com golpes curtos e contínuos, Lado Direito ferindo Lado Esquerdo e vice e versa...
Qual seria a origem do conflito?...
Qual a origem do ódio?...
Qual o intuito desta guerra afinal?
A morte de uma das partes causaria a morte de ambos, a morte de ambos seria a morte da razão de lutar, porque lutar então?...
Após uma guerra até mesmo quem continua de pé morreu, sua humanidade fechou os olhos ao derramar teu próprio sangue...
Todo aquele que busca com vontade encontra, a paz ou a guerra, a vida ou a morte, a luz ou a escuridão, o equilíbrio ou a destruição...
Somos senhores de nossos passos e onde queremos chegar é por nós decidido a cada passo...
Infelizmente este que foz fala perdido esta também, é longo o caminho, são muitas as direções, caminhos que muitas vezes se cruzam, parecendo a dança de um cisne em agonia, ao toque do acorde final sabe que estará morto se contorcendo de dor tenta concluir os passos de sua ultima dança...
Quando fechar os olhos jamais saberá o que pensou a platéia, se aplaudiu se vaiou, sua participação no fajuto teatro das aparências terminou...
Quem entendeu a dança, quem leu a mensagem, quem viu o que estava em cada gesto?
O tempo é curto a percepção é falha, os sentidos enganam; no final você tem o coração como seu melhor indicador, senão melhor mais confortável ao menos...
Trair a vontade é ferir a alma é dar as costas ao caminho que escolheu...
Ainda estou longe da resposta, longe de meu destino, mas se a colheita depende do que foi semeado, reparas bem no solo que têm plantado, a melodia que escutas é exatamente a dança que imagina?...
Teus olhos revelam a luz, mas mesmo a luz pode esconder verdades quando ofusca os detalhes...
A prudência o faz chegar depois do que imaginaria, a pressa pode atirá-lo ao precipício
A calma pode render-lhe situações agradáveis; enquanto a ira pode trazer turbulência...
Ser prudente o tempo todo lhe faz perder oportunidades únicas, ser inconseqüente o tempo todo lhe fará perder tudo...
Você nunca fará a escolha certa, mas sempre fará a escolha que decidiu, tomar um caminho deixa outro para trás, assim foi e assim será acostume-se com isto, chegou até aqui ignorando alguns e aceitando outros, e este que esta diante de você nada mais é do que você mesmo, o que abdicou e o que aceitou...
O tempo passa e tudo se desgasta, mesmo a postura tão fortemente tomada pode ser alterada com o girar do ponteiro, não é nem nunca será absoluto, exceto a mudança e a capacidade de mudar...
Seja firme ao que se propõe, seja justo ao que se dispôs, seja simplesmente, exista dentro e fora de si, respeite e compreenda cada parte que compõe o que é; a perna direita não caminha sem a esquerda...
“Um pássaro jamais voaria sem aceitar que possui duas asas e que deve a mesma atenção e dedicação a cada uma delas para conseguir voar...”