Asfixia.

Sufocando... Não consigo ver direito... Minha vista está turva, estou tonto... Não consigo nem me manter acordado. Sinto meu coração bater forte e lento, e desacelerando... Aos poucos... E enquanto sinto minha consciência se apagar... Arranho as paredes a procura de apoio... Seguro meu próprio pescoço... Tento entender se esse será meu fim... Tiro minhas mãos do pescoço, já sem forças para mante-las tesas... Minhas pernas tremem... O ar, já no seu fim, queima dentro de mim... A combustão... Agonia de não poder inspirar nosso poluído ar... Mesmo sendo o mais impuro ar, é o ar que nos mantém vivo, e que agora me deixa. Dizem que quando se está a um passo da morte, um filme passa em sua mente. Balela! Não vejo filme nenhum.. Meus olhos fechados só vêm uma coisa: Escuridão... O abismo no qual reside os nossos maiores medos... Luto, inutilmente contra a morte iminente, contra meu predador invisível... Minha condenação se aproxima... Caio de joelhos, suado... Já não sinto mais dor... Já não sinto mais agonia... Está tudo escuro e calmo. Meu rosto toca o chão... Não dói... Não esta gelado... Não penso, nem grito em agonia... Sem ar, não há voz, afinal... Meu sangue, desacelera lentamente... Ainda não estou morto... Posso sentir. Mas vou morrer em breve. Meu coração, já sem vigor, bate cada vez mais lento... E segundos depois, se cala. Estou morto. Não há nada do lado de cá... Não para meu corpo... Não para mim... O ego, morto, não tem vez.

Ohnik Santos
Enviado por Ohnik Santos em 11/06/2016
Reeditado em 11/06/2016
Código do texto: T5663770
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