Fuga
Abra-se o infinito e traga-me uma trilha,
para o lugar onde não conheço,
um caminho do qual não saiba retomar,
um caminho onde os pássaros comam as migalhas,
migalhas que incansavelmente me perseguem,
não quero pão pra essa estrada,
não quero deixar migalhas.
No fim desse caminho quero encontrar uma densa floresta,
na qual a reflexão do nada e sobre o nada impere e transborde em uma imensa cachoeira do vazio,
não quero introdução, planejamento ou considerações finais,
não quero outros sons, basta-me a voz da cachoeira e os sons dos pássaros, quero pisar na terra, sentir as folhas pelo chão e a brisa do vento que sopra.
Basta-me um lugar,
Basta-me uma floresta onde tudo que exista seja vida, seja paz, seja imensidão.