~~SAUDADES E LEMBRANÇAS~~

Podem parecer sinônimos.

Ideia igual, mas diferente no sentir.

Lembrança é da memória, saudade é da alma.

Muitas lembranças, poucas saudades.

Lembranças surgem com um cheiro,

uma música, uma palavra.

Saudade surge sozinha,

emerge do fundo do peito

onde é guardada com carinho.

Lembrança pode ser boa, mas quando não é,

pode-se afastá-la com outra lembrança

ou convocar outro pensamento para o lugar,

ligando a TV ou lendo o jornal.

Saudade é sempre boa, mesmo quando dói,

e não se apaga, mesmo que outra pessoa

tente ocupar o lugar vazio.

Ela pode coexistir com um novo amor,

sem machucá-lo.

Lembrança é de algo real, de um lugar,

uma época, uma pessoa.

Saudade pode ser do que não houve, de uma

possibilidade, de lábios jamais tocados.

Lembrança pode ser contada, medida,

localizada, e com algum esforço,

pode até ser calculada com uma fórmula

matemática, ao gosto dos engenheiros.

Saudade é dos poetas,

é pautada em rimas e melodias;

de ver outra pessoa, segundo

os poetas, teria outro nome, seria uma

saudade com tempero, eu acho.

Lembrança pode ser sem som, pode não doer.

Saudade jamais é sem som.

Se ela não vier com música de fundo,

a gente coloca, só para ficar mais bonita,

mais gostosa de sentir,

para preencher mais a alma vazia.

Lembrança vence a morte,

mas conforma-se com a ausência,

respeita convenções.

Saudade ignora a morte, vence distâncias,

barreiras e preconceitos.

Lembrança aceita nosso comando,

vai e volta quando queremos.

Saudade é irreverente,

independente e auto suficiente.

Gosto mais da saudade!

E você?

~~ANJO ARREBATADOR~~

Edemilson Ribas
Enviado por Edemilson Ribas em 06/06/2016
Código do texto: T5659226
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