Eu e o mundo
A cada dia que passa, gosto mais do isolamento. Não sei se o mundo deixou de fazer sentido pra mim ou se eu é que não faço nenhum sentido nesse mundo, só sei que de todas as maluquices humanas, é melhor conviver com as minhas...
Não consigo entender como é possível uma criança de 10 anos estar na rua depois das 21:00hs, sem que exista um pai, uma mãe, um tio, um irmão mais velho procurando por ele, mesmo cansados depois de um dia de trabalho. Não consigo entender, como alguém pode dizer a um jovem, que ele tem que curtir a vida porque ela acaba logo ao invés de lembrá-lo, que a vida passa logo e a velhice chega antes do imaginamos, que o momento de preparar o futuro é agora. Não entra na minha cabeça, dizer aos jovens que são livres para iniciarem suas vidas sexuais, incentivar a promiscuidade e discutir a legalização do aborto, pelo crescente número de mortes na clandestinidade, que prova que não há preparo ou educação que direcione decisões responsáveis.
Não aceito a ideia de direitos humanos, que não considera o melhor para um ser humano, que prefere dar esmola ao invés de trabalho, que prega a liberdade e desconsidera a prisão da ignorância, dos vícios que tentam fazer parecer algo normal e enaltecedor, que quer transformar traficantes em empreendedores de sucesso maior do que aqueles que dedicaram anos de suas vidas aos estudos e fazer dos distribuidores profissionais liberais, com os mesmos benefícios e recompensas, daquele que oferece para a sociedade seus conhecimentos e habilidades em troca de um salário e alguma dignidade que os governos estejam dispostos a retribuir.
Me recuso a ver mulheres lutando pelo direito á igualdade, se comportando como se fossem superiores e como se fossem exclusivas conhecedoras de toda a verdade do mundo e tivessem inventando um método definitivo, exclusivo e absolutamente eficiente contra o machismo, ditando regras como se todo o problema do mundo fosse ser resolvido, caso o machismo fosse substituído pelo feminismo.Eu poderia fazer uma lista imensa, de mulheres que jamais levaram em conta o machismo no mundo, quando decidiram fazer o que acreditavam, antes e depois da queima dos sutiãs e essas sim, fizeram diferença no mundo através das artes e da ciência, tanto quanto as que em seus lares cuidaram de suas famílias e ensinaram a seus filhos a reconhecer o valor de uma mulher, respeito e igualdade de direitos. Foi assim que chegamos até aqui, conscientes de nosso valor, da nossa importância para a sociedade. As que se sentiam livres e souberam que poderiam fazer a diferença, encontraram meios de ser exemplo ao invés criar discursos para mudarem o mundo antes, para que depois pudessem fazer alguma coisa.
É triste ver pessoas dizendo que a mulher pode tudo quando se trata das filhas dos outros, porque a dele tem que aprender a viver em sociedade e entender que embora a igualdade seja um conceito absolutamente correto, só vale no que diz respeito ao uso do cérebro, porque a verdade é que promiscuidade, drogas, exposição excessiva do corpo não trazem nenhum tipo de benefício para o desenvolvimento físico, nem para o intelectual e emocional, que amar-se e valorizar-se é buscar o que nos faz ser, sentir e estar melhores.
Não... pra mim não dá. Se o conceito de direitos humanos inclui liberdade sem conhecimento de responsabilidades, se inclui deixar que as pessoas caiam no fundo do poço mesmo que caminhem com as próprias pernas para isso e sabendo que poderia ser evitado, prefiro viver num mundo á parte...
Prefiro, porque gritos iguais aos meus já não ecoam na sociedade e minha voz nunca passará de um sussurro inaudível, incompreensível e abafado por todo esse barulho da modernidade que diz ter o ser humano como foco e trabalha para que retroceda nas civilidades alcançadas.
Quanto mais eu vivo nesse mundo, mais me convenço de que não nos pertencemos.