Lágrimas

E as lágrimas vieram por quê?

Talvez não pelas razões.

E que razões?

As mesmas que fazem de minha alma um trapo,

Uma vela que não pode mais iluminar.

Travesseiros e lençóis molhados,

A cada noite,

A cada dia.

Lágrimas que doíam como queimaduras,

Uma a uma.

Marcas reais de uma memória que não existe.

Traçados no tabuleiro.

Jogadas forjadas.

A vela então se apaga, e as lágrimas rolam como antes.

O velho coração murmura já cansado.

A alma se arrasta.

E por onde foi o sentido?

Não sei.

Pergunte as lágrimas por que vieram,

Com sorte lhe responderão, pois a mim, nada foi dito.

Adélia Barros
Enviado por Adélia Barros em 30/05/2016
Código do texto: T5652213
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