É POSSÍVEL MORAL SEM DEUS?

Em resposta a um post no Facebook, redigi este artigo, adaptado da conversa com um amigo sobre o assunto, o mesmo que compartilhou o referido post.

Num esforço descrente para reduzir a importância de Deus na vida da humanidade, circula pela internet posts como tal, que diz: “VOCÊ NÃO PRECISA DE RELIGIÃO PARA TER SENSO DE MORAL. SE VOCÊ NÃO CONSEGUE DISTINGUIR O CERTO DO ERRADO, ENTÃO LHE FALTA CARÁTER, NÃO RELIGIÃO”.

Dias atrás outro amigo compartilhou outra “pérola” da presunção anti Deus, ou anti religião, dizendo: “NÃO É PRECISO FREQUENTAR RELIGIÃO PARA SER BOM, (...)”, aludindo que a bondade é natural ao ser humano, se originado nos indivíduos que desejam ser bons.

A mente desastrada que cunhou tais frases deve ser tão inculta ao ponto de desconhecer que conceitos de bom e mau, certo e errado, moral e caráter são justamente conceitos religiosos, os mesmos que os descrentes mais combatem na via de provar a inexistência de Deus.

Em outro tempo pensei que achar que a bondade só vem de Deus é fanatismo e presunção de crente. Nesse tempo estive afastado de Deus e descobria dia a dia que conceitos como reciprocidade, igualdade, bondade, justiça, retribuição, certo e errado, moral, etc., divergem muito nas mentes de cultura mais materialista e menos cristã, inexistindo quase completamente nas mentes não religiosas. Constatava que a ideia de Cristo de que tudo que desejo que me façam devo fazer aos outros, presumindo que o que não quero que me façam não devo fazer aos outros (Mateus 7:12), é completamente adversa nas culturas de menor entendimento religioso e aceitação da Bíblia e de Deus. Ainda assim, eu achava que bondade, correção e boa moral podiam se originar nas pessoas, não dependendo obrigatoriamente de Deus. Desconhecia que os indivíduos moldam os conceitos e, muitas vezes, as leis e as religiões (tentando até com as leis naturais), aos seus interesses e que se bondade, certo e errado, bem e mal e moral dependessem disso jamais seriam leis absolutas, jamais teriam um padrão referencial para guiar os indivíduos; variariam de pessoa para pessoa, conforme as intenções individuais, e o acordo, a concórdia e a harmina seriam impossíveis, a convivência seria impossível, o mundo seria impossível, seria completa anarquia, um caos completo.

Mas, ao retornar à Bíblia, acrescentando também muito conhecimento de História, vi quanto nós humanos somos hipócritas e falsários (mesmo que muitas vezes querendo ser bons), fazendo o mal parecer bem e o bem parecer mal e inventando milhões de argumentos e utilizando variados meios, desde os mais sutis, até os mais óbvios, para convencer as pessoas a cumprir as nossas vontades e satisfazerem os nossos interesses. Não é assim o mundo em que vivemos?

Falo nós porque, seja em pequenas ou grandes proporções, todos manipulamos. Entretanto, me dirijo mais especificamente aos dirigentes de todos os seguimentos, os meios de comunicação e os donos dos meios de produção, pois eles conduzem as mentes da humanidade em massa, fazendo-a um rebanho de gentis explorados “dizedores” de amém aos que os “curram” todos os dias.

Mas, tendo crescido em entendimento, não podemos mais nos deixar confundir. Ao nos depararmos com a ideia de que não precisamos de Deus para sermos bons e termos moral, devemos logo confrontar com as perguntas: “Qual padrão de moral você se baseia para considerar-se moralmente correto? Seria o seu próprio, o dos políticos, dos ateus, dos seus familiares, etc.? Em qual padrão eles se baseiam? Que convenção determina que esses são os padrões corretos? Qual é mesmo o padrão correto?”.

A pessoa poderá argumentar que seus pais lhe ensinaram a respeitar a todos, indiferente de quem ou do que sejam, e que ela respeita, pois o caráter do indivíduo imperá definindo o senso moral, haja vista que mesmo pessoas religiosas, ou muitas que se dizem religiosas, cometem infinitas atrocidades, igualando-se muitas vezes aos que não se declaram religiosos.

Embora todos esses argumentos, os ensinos com os quais nossos pais formaram nosso caráter não se originou neles e não tem como ter se originado. A maior parte do bom conceito de moral que mesmo a maioria dos descrentes têm veio de pais dos seus pais, que receberam dos pais deles, que receberam de conceitos religiosos oriundos dos padrões de Deus em diversos momentos e por inúmeras vertentes no passado. Nem mesmo um indivíduo no mundo, por mais descrente que seja, veio de família ateia de três ou quatro gerações. E, mesmo que tenha vindo, seus antepassados ateus toram instruídos em escolas religiosas, pois não tinha como ser diferente, e cresceram em culturas religiosas. Logo, não há quem tenha bons conceitos de moral, de bondade, de certo e de errado fora da vertente religiosa.

Assim, por mais que se insista, desvinculados de Deus, os seres humanos não originam bons conceitos de moral. Prova é que quando os conceitos de moral humanos prevalecem predominam a exploração, os genocídios, o incesto, o abuso, o desrespeito à liberdade alheia, o sacrifício humano a ídolos e assim vai. Há na história diversos exemplos de civilizações que se extinguiram por isso, inclusive em nosso continente.

E o fato de cristãos cometerem atos imorais não anula a verdade que moral e bondade vêm unicamente de Deus, pois cristãos que assim procedem o fazem por abandonarem o padrão correto, que é Jesus, seguindo seus próprios padrões.

Portanto, quem afirma veementemente que não é preciso igreja (Deus) para ser bom e ter um bom padrão de moral são especialmente os ateus, num esforço para demonstrar que Deus é uma miragem dos crentes. Mas, quando confrontados de onde deriva a boa moral que eles adotam por regra, que padrão usam como referência, eles ficam sem resposta, pois, se não existe Deus, todo conceito de bom e de moral é relativo ao conceito de cada um, dependente do interesse de cada um. É aí que moral, bem e mal se tornam relativos e questionáveis. Logo, a própria moral que eles pregam pode ser contestada por qualquer pessoa, pois eles mesmos decretam que nem eles são os donos da verdade quanto ao bem e o mal, quanto a moral, o certo e o errado. E por seu decreto ninguém mais é, nem o Deus, pois não existe. Mas tente passar a noite com a esposa de um, ou confiscar-lhe o carro ou a casa, para ver se já não lhe mostram que você está errado, age de forma imoral, pois cobiçar os bens alheios é imoral. E, então, sem querer, para o próprio escândalo, confirmam a lei moral de Êxodo 20:17.

Wilson do Amaral