Conversando com Deus

E mais uma vez aqui estou eu, conversando com a energia que perpassa todo o universo. Que está presente em tudo que é vivo e não vivo. Que provavelmente entende o sentido de toda essa existência. Não sei por que existo, não sei por que existe vida, não sei por que existe qualquer coisa. Mas aparentemente eu realmente existo. A vida não me faz nenhum sentido, mas aparentemente existe. E existe em um detalhamento tão complexo que me recuso a acreditar que seja obra do acaso e que não tenha nenhuma finalidade. Não acredito, porém, em nenhuma das explicações atualmente existentes. Ainda não chegaram lá. Ainda não chegamos lá.

Qualquer tentativa de explicação é sempre falha, limitada. Não estamos nem perto. Quanto mais a ciência aprofunda seu conhecimento, mais complexas as coisas se parecem. Não existe um limite, um fim. O limite sempre é dado pela capacidade intelectual humana. As ferramentas disponíveis em cada época é que nos permite dizer até onde somos capazes de ir. Mas a informação final, verdadeira e realmente importante está muito longe de nossas mãos.

Talvez a verdade absoluta não seja para ser descoberta. Sempre morreremos sem saber. Mas isso não deve ser motivo para não querer viver. Embora não saibamos por que, nós fomos preparados nos mínimos detalhes para funcionarmos perfeitamente como seres humanos. Então só nos resta aceitarmos a nossa existência, assim como é feito pelos demais seres vivos, e continuarmos a fazer o que é permitido a um ser humano fazer: viver, reproduzir, questionar, se autoquestionar, buscar, acumular conhecimento e compartilhar. Estamos em uma parte do caminho que talvez seja só o começo. Sabe-se lá onde seremos capazes de chegar...

(Fevereiro de 2016)