Nossas vidas giram em torno de um eixo imaginário, perdê-lo ainda que saibamos que sua existência é ou era fruto do inconsciente é tão desesperador que somente o divã ou uma cadeira disposta diante de outra, uma mesa como suporte para o controle do ar condicionado e a decisão a ser tomada naquele instante, entre qual seria a posição correta, mesmo não havendo a mínima possibilidade do questionamento por quem quer que seja, é a prova de que nada está demasiado perdido que não possa ser encontrado.
A primeira vez que entrei na sala não encontrei uma poltrona confortável, no estilo dos filmes da televisão, foi o primeiro sinal de que a vida real era diferente, em meio as inúmeras manias comecei descrever mentalmente o ambiente e arquivar na memória, tive medo de sentar na cadeira errada e ser repreendida, tive medo de tocar em algo que fosse proibido, tive medo de não dizer o que precisava ser dito e quando dei por conta, abri a gaveta dos segredos, dos medos e deixei a insegurança partir.
Decidi decidir, e assim, medos e culpas que acreditava serem minhas, em um simples gesto de mãos abertas, ainda que não acompanhados de uma palavra se quer, levavam-me ao entendimento, a calma de quem a minha frente sinalizava que continuasse, provocava meus neurônios, já havia passado da infância à vida adulta, já me tornará mãe e ele me olhava com um sorriso terno, como se perguntasse, que culpa??
Conexões eram feitas a cada novo encontro, abrir aquela porta era um desafio, entrar e não questionar-me se a cadeira era a certa, sem observar detalhadamente se havia alguma pequena inclinação do controle remoto para um lado ou outro e justificasse minha decisão passava a ser o conteúdo mental que preenchia o percurso do trabalho até o consultório, interrompido por um boa tarde tranquilizador, seguido de um, que bom você veio e quando dava-me conta já estava acomodada e o controle não significava mais nada.
Bom é perder o controle, não se dá conta que o tempo passa, que alguém lhe ouve com o único propósito de proporcionar-lhe a paz merecida, e ainda que a vida tenha insistentemente dito o contrário, de repente a ideia é que os sinais foram lidos erroneamente, as mensagens estavam carregadas de ruídos, o que dificultou a compreensão e melhor interpretação dos fatos.
Frequentar aquela sala foi como um encontro com Ariadne, recebi de suas mãos o fio condutor que favoreceu a saída do labirinto sem sequelas, os guardados foram expostos, não doeu, não doem mais, o eixo agora esta sob meu controle, e na ultima sessão tinha certeza que o controle remoto disposto sobre a mesa era unicamente um objeto responsável por controlar a temperatura do ambiente, bastando para isso que fosse acionado, foi nesse dia que dei alta a meu analista, aprendi a resolver minhas questões sem a justificativa de algo que indicasse o melhor posicionamento, afinal de contas, viver é correr riscos, então viva!
A primeira vez que entrei na sala não encontrei uma poltrona confortável, no estilo dos filmes da televisão, foi o primeiro sinal de que a vida real era diferente, em meio as inúmeras manias comecei descrever mentalmente o ambiente e arquivar na memória, tive medo de sentar na cadeira errada e ser repreendida, tive medo de tocar em algo que fosse proibido, tive medo de não dizer o que precisava ser dito e quando dei por conta, abri a gaveta dos segredos, dos medos e deixei a insegurança partir.
Decidi decidir, e assim, medos e culpas que acreditava serem minhas, em um simples gesto de mãos abertas, ainda que não acompanhados de uma palavra se quer, levavam-me ao entendimento, a calma de quem a minha frente sinalizava que continuasse, provocava meus neurônios, já havia passado da infância à vida adulta, já me tornará mãe e ele me olhava com um sorriso terno, como se perguntasse, que culpa??
Conexões eram feitas a cada novo encontro, abrir aquela porta era um desafio, entrar e não questionar-me se a cadeira era a certa, sem observar detalhadamente se havia alguma pequena inclinação do controle remoto para um lado ou outro e justificasse minha decisão passava a ser o conteúdo mental que preenchia o percurso do trabalho até o consultório, interrompido por um boa tarde tranquilizador, seguido de um, que bom você veio e quando dava-me conta já estava acomodada e o controle não significava mais nada.
Bom é perder o controle, não se dá conta que o tempo passa, que alguém lhe ouve com o único propósito de proporcionar-lhe a paz merecida, e ainda que a vida tenha insistentemente dito o contrário, de repente a ideia é que os sinais foram lidos erroneamente, as mensagens estavam carregadas de ruídos, o que dificultou a compreensão e melhor interpretação dos fatos.
Frequentar aquela sala foi como um encontro com Ariadne, recebi de suas mãos o fio condutor que favoreceu a saída do labirinto sem sequelas, os guardados foram expostos, não doeu, não doem mais, o eixo agora esta sob meu controle, e na ultima sessão tinha certeza que o controle remoto disposto sobre a mesa era unicamente um objeto responsável por controlar a temperatura do ambiente, bastando para isso que fosse acionado, foi nesse dia que dei alta a meu analista, aprendi a resolver minhas questões sem a justificativa de algo que indicasse o melhor posicionamento, afinal de contas, viver é correr riscos, então viva!