A CHAVE
Quando a gente é novo, a gente oferece a chave do nosso coração para qualquer um que nos dê um pouco de atenção.
Um sorriso, um papo, uma ideia e lá vai o pacote: coração, chave, alma, corpo, lágrima.
Quando a gente fica mais velho e pedem a chave do nosso coração, a gente até quer dar, mas não sabe onde botou.
- Que cabeça a minha! Procura na escrivaninha, perto banheiro, na cozinha. Ah, sim. Devo ter esquecido no trabalho. Segunda pego pra você sem falta.
Quando passa um pouco mais de tempo, a gente já bem cansado, desacreditado, e alguém pede a chave do nosso coração, a gente responde, sem tato nem embaraço:
- Engoli.