A morte, nossa amiga.
Subconscientemente, nós sabemos desde o nascimento: Vamos morrer. E dependemos disso. É a mais inaceitável e indigesta verdade: Nós dependemos da morte. E essa é mais uma verdade subconsciente. Alguns dependem dela por opção... Optam por pôr na própria mente, coisas que se tem que fazer logo, antes que a morte chegue. Muitos discordam do fato, dizem que é apenas um fator biológico, mas não percebem que se não fosse por ela, todos os nossos esforços seriam inúteis. Não precisaríamos lutar para conseguir dinheiro pra isso ou para aquilo... Não precisaríamos nos preocupar em comer, ou respirar... Não teríamos medo dos assassinos em série... Simplesmente não teríamos medo de ferir o próprio corpo, ou de ferir o corpo alheio. A pervecidade humana seria muito maior se não pudéssemos morrer, se a morte não fosse uma realidade indiscutível e irrefutável. Nas torturas apanhariamos até ter o corpo todo rasgado, destruído.
-"Batam mais! Até ele falar! Atirem nele, esfaqueiem-no! Ele não morre mesmo..." Os ladrões, ou estupradores estariam em maior número. O medo da morte inibe o ser humano de fazer algumas coisas. Sim, apenas inibe, mas algo que inibe é melhor que nada inibindo. A vida do ser humano teria menos valor, os escravos não precisariam ser libertos, "afinal de contas, não há risco à vida para se preocupar. Não perderei meus escravos." As guerras seriam ainda mais sangrentas, e seriam resolvidas não por números de mortos, mas sim por quem teve a mente mais cruel e torturadora. Por aquele que tem menos pena.
Não existiria "condição mínima" de sobrevivência, afinal, "Eles sobreviverão, não importa o que aconteça. Não há com o que se preocupar. Deixem-nos viver entre os ratos, nos esgotos, "eles" não morrem..." Mas, claro, é apenas um fator biológico. Como se não dependêssemos deles... O lado bom? Não existiriam assassinos.