Inércia.
Me sinto inerte... Suspenso... Como que num mundo sem gravidade, eu não pudesse me impulsionar... Não me movo há muito tempo... Muito mesmo! Estou cansado de não me mover. É como se meu corpo estivesse petrificado... Atrofiado... Me sinto enrolado em minhas próprias cordas, preso em meus próprios ideiais... Surdo dos meu próprios gritos. Ainda que berre, dilacerando minha garganta, ainda que soque a parede, quebrando meus próprios ossos, ainda que me esfaqueie, rasgando minha própria carne... Em inércia permaneceria. Beirando a loucura, escrevo, desesperadamente em busca de liberdade... Assim me sinto vivo. Assim, sinto como se uma leve brisa me levasse a algum lugar, o qual nem o melhor cartógrafo desenhou... E após isso... A inércia me retoma, me consome, me domina... Engasgo-me com minhas próprias palavras, enquanto risco rabiscos na pele... Chegarei em algum lugar? Deverei andar até o fim da estrada para então descobrir que não saí do lugar? Estarei eu fadado à total inércia até o fim da minha vida? As regras da vida não permitem descobrir a resposta para tais perguntas. Então, assim eu sigo, indagando...