COLISEU
Ahh, nossas guerras! Essas guerras, que são travadas no silêncio sabe? Guerras nas entrelinhas...
São incitações a competições inúteis e forçadas, pra ver quem tem mais razão. Isso cansa bastante, desanima, decepciona, desestimula... São um peso a mais porque se agregam às batalhas que já travamos dentro de nós mesmos, com nossos complexos, com nossos medos, com as nossas limitações e incertezas. Se as demandas interiores consomem, então por que, sem necessidade, criamos situações externas estressantes?
Por que não respeitamos quem o outro é?
Por que criamos formas e queremos que as pessoas sejam moldadas a elas?
Por que só o que queremos e o que pensamos é certo e o resto do mundo que se amolde?
Por que? Por que?
Por que esse culto exagerado ao eu? Será que não podemos ser mais humildes e humanos?
Por que cansamos uns aos outros, nos transformando em gladiadores fazendo da vida um verdadeiro Coliseu?
Por que não nos compreendemos mais? Será mesmo que nos compreendemos um dia?
Não sei, sinceramente não sei...
Ahh! Essas guerras! Nossas guerras! Quando em fim serão interrompidas?
Quando um dos lutadores morrer ou for totalmente desarmado e humilhado em público, para que o outro seja exaltado e aclamado pela multidão?
As vezes desconfio que sim...
Competições cansam, ferem, expõem e matam...
No caso das competições veladas, nas entrelinhas, como disse nas primeiras linhas desse texto, ferem e matam sentimentos. Abortam relações de paz, rompem elos possivelmente vitalícios, fortes e estruturados. Causam repulsas e distanciamentos.
Ahh as guerras! Por que elas existem?
Por que? Por que?
Não sei... Sinceramente não sei...