Abraçou a quem amou
Fazia mal para toda chuva que seu telhado abraçava.
Subia em janelas proibidas para abraçar sonhos.
Abraçava qualquer um que suplicava seu amor.
Abraçou a morte.
Abraçou a dor.
No gozo dos 30 anos abraçou seu filho.
Que mais tarde também suplicaria seu amor.
E que mais 30 anos abraçaria a morte.
Então abraçou a saudade.
De quando a chuva era quem abraçava sua curiosidade.
Em ver o mundo.
Em saber de verdade.
Onde estava aquilo tudo. Onde estava sua coragem.
Abraçou todo o mal que fez pela chuva.
Que unicamente foi quem amou de verdade.
Amou a todos calada.
Abraçou com carinho a chuva.
A quem restou no fim de tudo.