Quase Madrugada

Suar ate a ultima gota,

e secar ate a última lágrima.

Dever que exige resistência,

Exige força e determinação.

Exige tempo e paciência,

Sem falar nos nervos de aço.

Nunca escrever uma última carta,

Nem um último verso.

Nem meias palavras

Nem meios sentimentos.

Certezas impulsionam vontades

E as vaidades sussurram amores.

Olhares fortes, embaçados, trituram o figado e os pulmões.

Luzes da rua, luzes de casas,

Sombras das plantas que escondem as cinzas.

Meu horizonte ainda é firme,

Apesar da crença comprometida.

Mas meus passos não são vagos,

Divago talvez uma falsa doutrina.

Um céu em chumbo e as nuvens choram,

Não cantam os pássaros que ali viviam.

Abrirei a janela nesta manhã cinza que se aproxima.

E pra jamais sentir o gosto do chorro.

Vou limpar meus olhos com gasolina.

Siid
Enviado por Siid em 15/05/2016
Reeditado em 18/04/2017
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