Quase Madrugada
Suar ate a ultima gota,
e secar ate a última lágrima.
Dever que exige resistência,
Exige força e determinação.
Exige tempo e paciência,
Sem falar nos nervos de aço.
Nunca escrever uma última carta,
Nem um último verso.
Nem meias palavras
Nem meios sentimentos.
Certezas impulsionam vontades
E as vaidades sussurram amores.
Olhares fortes, embaçados, trituram o figado e os pulmões.
Luzes da rua, luzes de casas,
Sombras das plantas que escondem as cinzas.
Meu horizonte ainda é firme,
Apesar da crença comprometida.
Mas meus passos não são vagos,
Divago talvez uma falsa doutrina.
Um céu em chumbo e as nuvens choram,
Não cantam os pássaros que ali viviam.
Abrirei a janela nesta manhã cinza que se aproxima.
E pra jamais sentir o gosto do chorro.
Vou limpar meus olhos com gasolina.