Embustes e Trapaças

E a vida se mostra mais uma vez austera de fato

Um gigante inexorável, destruidor de sonhos reais

Com palavras implacáveis de indiferença e desprezo

Pisoteando todos aqueles que foram julgados descartáveis

Deleitando-se em êxtase com toda a sua supremacia

Um tipo raro de sevícia que é assistida do seu trono

No alto de uma montanha no interior do seu ser

Dizimando com atrocidades toda a confiança instituída

Que foi construída com muitas incertezas e dúvidas

Um ser conspícuo de natureza rude e baldia

Que tem por sua única diversão mostrar-se penoso

Orgulhoso de toda a sua arrogância primordial

Com toda a discrepância dos sentimentos acumulados

Que foram jogados em um canto dentro de você

Atulha os pensamentos com despautérios e sandices

Com toda a inépcia que se consegue arquitetar

Tecendo uma teia perversa de embustes e trapaças

Uma armadilha desumana e extremamente cruel

Capaz de sepultar o pouco que ainda persiste de luz

Uma vela ao vento deixada na janela do seu coração

E a cada passo dado mais perto do abismo você chega

Tornando a cada dia mais irremediável o dano sofrido

E ainda maior é a distância entre o lídimo e o vago

Perdendo-se no que é incompreensível pela ansiedade

Não auferindo as coisas mais simplórias da existência

Pelo medo de se tornar alguém essencialmente verdadeiro

E ser coagido a sair da conveniência das sombras

A sua única e verdadeira amiga perdurável

Ao longo de todos esses anos contínuos e imutáveis

Como um livro de registro de todas as suas desventuras

Aquele lugar onde estão mapeados todos os buracos da alma

Onde o vazio contemporâneo encontra o fracasso existencial

Se fundindo em um sentimento ainda não desvendado

kdu
Enviado por kdu em 08/05/2016
Código do texto: T5629246
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