Embustes e Trapaças
E a vida se mostra mais uma vez austera de fato
Um gigante inexorável, destruidor de sonhos reais
Com palavras implacáveis de indiferença e desprezo
Pisoteando todos aqueles que foram julgados descartáveis
Deleitando-se em êxtase com toda a sua supremacia
Um tipo raro de sevícia que é assistida do seu trono
No alto de uma montanha no interior do seu ser
Dizimando com atrocidades toda a confiança instituída
Que foi construída com muitas incertezas e dúvidas
Um ser conspícuo de natureza rude e baldia
Que tem por sua única diversão mostrar-se penoso
Orgulhoso de toda a sua arrogância primordial
Com toda a discrepância dos sentimentos acumulados
Que foram jogados em um canto dentro de você
Atulha os pensamentos com despautérios e sandices
Com toda a inépcia que se consegue arquitetar
Tecendo uma teia perversa de embustes e trapaças
Uma armadilha desumana e extremamente cruel
Capaz de sepultar o pouco que ainda persiste de luz
Uma vela ao vento deixada na janela do seu coração
E a cada passo dado mais perto do abismo você chega
Tornando a cada dia mais irremediável o dano sofrido
E ainda maior é a distância entre o lídimo e o vago
Perdendo-se no que é incompreensível pela ansiedade
Não auferindo as coisas mais simplórias da existência
Pelo medo de se tornar alguém essencialmente verdadeiro
E ser coagido a sair da conveniência das sombras
A sua única e verdadeira amiga perdurável
Ao longo de todos esses anos contínuos e imutáveis
Como um livro de registro de todas as suas desventuras
Aquele lugar onde estão mapeados todos os buracos da alma
Onde o vazio contemporâneo encontra o fracasso existencial
Se fundindo em um sentimento ainda não desvendado