Gabriel
É possível sentir falta de algo que nunca vivemos?
Como entender o vazio da casa após sua partida se você nunca esteve em casa?
Por que esse vazio nos invade com tanta força se nossa vida voltou a ser como era antes de te conhecermos?
Como o corpo pode desejar com tanta força um contato que ele nunca experimentou verdadeiramente?
De que forma sua ausência se faz tão dolorida e profunda, após uma presença tão breve e etérea?
Por que essas perguntas machucam tanto?
Como, apesar de tantos momentos de dor e tão poucos de prazer, nos sentimos tão gratos por ter te conhecido?
Vá em paz, meu filho. De onde você estiver, nos ajude a suportar a dor, pelo menos até o dia em que nos encontremos novamente, quando poderemos finalmente nos despir dela.