Acadêmicanemímica (O Sono do Coração Produz vazios)
Aricandúvida:
Tatu a pé
ou de Metrô?
"Não importa o quão criativo você seja. Se não tiver doutorado, não terá nenhuma importância para nós."
Uns o mostram, outros só faltam dizê-lo. Tsc-tsc... Ah, esses acadêmicos e seu pensamento anêmico...
José Paulo Paes, em seu antológico "Resíduo" (1980) deixa claro, entre outras informações, em uma nota que não possuía nível superior.
Convém lembrar que a minha queixa não é contra o Doutorado (BR) / Doutoramento (PT), mas sim contra os entraves ideológicos tradicionais das assim chamadas "panelinhas" catedráticas universitárias. Deve-se, em grande parte, assim me parece, àquele povo que, dotado de uma inteligência domesticada pelo meio acadêmico, produz artigos, dissertações e teses muito bem aceitas pela comunidade científica. Em suma: são reconhecidos por seu cérebro cartesiano, pela sua racionalidade. Outros, entretanto, artistas, autores, escritores marginais, ficam de fora. São impedidos de ingressar no universo da pós-graduação latu sensu porque são reconhecidos pelo alto teor de sua produção criativa, advinda do coração. Essa discriminação (abjeta) me incomoda. A gente produz material na linha do que aqueles Senhores se propõem a pesquisar durante toda sua vida acadêmica. Dá-se a impressão de que há uma situação analógica àquela do bóia-fria que colhe o alimento e é desprezado pelo consumidor final.
Todavia... Qual o saldo?
Vai quem quer. A (nossa) produção poética, literária, artesanal etc., não pode parar por haver um limite ao seu ingresso pelos "Donos do Conhecimento". A verdade está lá fora. O governo (sempre!) nega conhecimento. Arquivos X, Y, Z.
A obra de arte não pode estar submissa aos desejos dos poderosos, falem eles em nome de uma esquerda ou de uma direita. Ou de um centro -- tão concêntrico que jamais vê o sol. Perdoem a ANALogia.