Café com pitadas de história vai um pouco ai?
Por: Claudia Oliveira
“Degustamos e nos ‘embriagamos’ pelo aroma da bebida que a segura-la em uma xícara nos permite ter em nossas mãos a história do grão que atravessou os séculos, navegou pelos mares, enraizou-se pelo planeta e transformou-se em riqueza. Cúmplice de grandes acontecimentos envolvendo nações, envolta por lendas, romances proibidos e muito trabalho”
A descoberta foi em Yemen na Arábia, quando cabras pastavam e ao consumir o fruto mostraram-se animadas. Os árabes foram os primeiros a cultivar a planta e daí o nome científico de uma das espécies mais importantes a, Coffea arábica. A planta é nativa da Etiópia, país do continente africano e conhecida aproximadamente há mil anos no Oriente Médio, na região de Kafa, e por isso o nome café.
Hoje o Brasil é o maior produtor mundial de café e o segundo maior consumidor, em primeiro está os Estados Unidos. Mas sua trajetória antes chegar a terras brasileiras foi extensa e rodeada de muitas histórias, passando por muitos países que guardavam a descoberta as sete chaves. Também foi conhecida como bebida do diabo e tempos depois abençoada por papa. Reconhecida como produto medicinal e renegado por algumas nações. Aqui ela chegou com ar romanceado e escuso. O jovem e oficial Palheta saiu daqui com a missão de pedir ao rei da França uma muda do fruto, uma vez que nosso solo era promissor. O pedido lhe foi negado, mas o romance secreto com a esposa do mesmo lhe rendeu bons frutos, digo os nossos frutos. Ela na despedida colocou escondida e corajosamente as sementes que prosperaram e garantiu nossa riqueza. Chegou aqui em 1727 ao norte do país no Pará, mas foi no Rio de Janeiro que se iniciou as grandes plantações estendendo-se para Angra dos Reis, Parati e Ubatuba, porta de entrada ao estado de São Paulo e em pouco tempo tomando conta do Vale do Rio Paraíba, depois Minas Gerais, e assim todo o país chegado ao norte do Paraná, hoje o maior cultivo nacional. Lembrando que Ubatuba pertencia neste tempo ao estado do Rio de Janeiro e por questões políticas e transferência do porto para Santos passou a ser o sexto município de São Paulo em 26 de fevereiro de 1731. Neste tempo aqui em Ubatuba tinha enormes plantações cafeeiras, por isso nossa mata atual é secundária em sua maior parte, hoje regenerada. E como eu sempre digo nossa cidade com ares sedutores esta significativamente inserida em todos os momentos de grandeza nas páginas históricas de nossa nação, então porque não brindarmos com uma boa xícara de café, com um aroma irresistível e um sabor peculiar brasileiro. E depois: ‘Vá pela sombra’, aproveitando a expressão nascida nas varrições de café onde os trabalhadores ficam varrendo as sementes em direção de sua própria sombra acompanhando o movimento do sol para não comprometer a qualidade na secagem das sementes de café.