Brisa do mar

É brisa do mar, é fonte de amor, que cuida serena em cima da dor. Na vida não há estado de inércia ou de exatidão, há momentos, pseudo-momentos, como já diziam os antigos é roda gigante é roda mutante. O desfalecer de um momento de euforia, pode se transformar em um mister de agonia. Não se sabe como começa, como termina, onde tem início, onde tem fim. Apenas se sente. Tem gente que não sente, que tem medo de sentir, que pena. Sentir nos desperta o viver, nos torna vivos, acordados e sujeitos de sofrimento e de lamento, mas também nos permite alegria, felicidade, saudade e melancolia. A roda não para, assim como a vida não para e, não se compara ao que se possa conceber. De maneira estranha e ao mesmo tempo numa cadência descadenciada, sem sentido, mas com muito sentido, os laços as relações, as sensações se fazem, desfazem e se transformam – em outros, outras, naquilo, em muitos. Somos muitos, somos poucos, somos únicos e, somos como os outros. Somos iguais, diferentes e sentimos. Ao menos deveríamos nos permitir sentir, estancar o sentimento é como tentar tampar um vulcão em erupção. Em algum momento ele explodirá e aí talvez seja tarde demais para se abandone o vilarejo. Existência, palavra com semântica perfeita que simboliza existir, que nos permite pensar, elaborar e sentir. Só não sente aquele que não vive. E certamente não vive aquele que não sente. Sobreviver é algo bem diferente de sentir e de viver. Vivência, experiência, transcendência, transmutação. Sábio é realmente aquele que sabe que de nada sabe, mas sábio também é aquele que se permite sentir, sem que o medo o impeça de viver e de sentir. Viver, portanto, nada mais é que sentir, que se permitir sentir. Pensamento sem sensação, nada mais é que razão sem emoção. Em um mundo com tantas possibilidades de sensações, ignorância é desperdiçar o tempo tentando evitá-las.

Matheus Karl
Enviado por Matheus Karl em 28/04/2016
Código do texto: T5618938
Classificação de conteúdo: seguro