CRITICIDADE É CHATO DE MAIS DA CONTA (Série Folclórica Memória) ROBERTA LESSA
FRAGMENTOS DE UMA FOLCLÓRICA MEMÓRIA?
- Quando nossa historicidade se torna mitos, causos e ... consumo...
... ou o inverso?
- Diuturnamente consumimos notícias diversas desenfreadamente, e nos sentimos solidários e solitários... Somos bombardeados com miríade de informações que reforça a difusão de informações nacionais e ou internacionais, e que nada mais são que mecanismos de banalização de situações sociais que camuflam e coíbem a urgente e emergencial necessidade de sanar efetivamente problemas aparentemente sem soluções na atualidade.
Pensando um pouco nessa questão, e mesmo sabendo ser preciso maior profundidade e estudos, lembrei-me que esse processo de acobertamento memorial transita desde há muito, orbitando no mental individual e no seu meio, nutrindo-se do emocional coletivo.
Levanto uma questão sempre, à titulo de exercício mental, para que minha memória não me fuja e apesar de não me "sentir" em plena consciência de minha condição humana, hoje em voga ainda vemos o desastre de Mariana, aliás essa notícia já está se tornando defasada nesse contexto de bombardeamento midiático, e logo será fragmentos de informações e ficará no passado sem soluções ou melhorias para que não mais ocorra,:
MARIANA?
Alguém se lembra do golpe militar, em 1964?
Alguém se lembra do o AI-5, em 1968?
Alguém se lembra do incêndio da Vila Socó, em 1984?
Alguém se lembra do césio 137 de Goiânia, em 1987?
Alguém se lembra da chacina da Candelária, rm 1993
Alguém se lembra do sequestro do ônibus 147, em 2000?
Alguém se lembra da barragem de Cataguases, em 2003?
Alguém se lembra da barragem de Miraí, em 2007?
Alguém se lembra da região serrana do Rio, em 2011?
Alguém se lembra do incêndio na Ultracargo, em 2015?
Alguém se lembra...?
Alguém se lembra...?
Enfim, são fragmentos noticiosos e tenho para mim a certeza de que essa questão perpassa toda evolução e manifestação cultural da humanidade e em todos os tempos e se acirra através da evolução do mecanismo de difusão de informações que deixam de serem esclarecedoras, e sendo mediadora para a implantação do desenvolvimento da falta da percepção no indivíduo. Esse mesmo indivíduo que ansiosamente deseja falar de suas questões pessoais, achando lindo tal exposição e se deliciar sobre desgraças e degredos da humanidade, ou pelo esmero em se maquiar a realidade com notícias que camuflam a verdade ...
Despertar dessa servidão é saborear a libertação da humanidade.