INFÂNCIA

Paçoca no pilão!

Cheirinho no coração,

Infância no jardim

Arara azul fofoqueira,

Mulher benzedeira, tudo tinha sim!

Em tempos nem tão distantes, nada é mais como antes.

As casas eram de taipa e nem doiam rs, um taipa daqui e outro taipa de lá e pronto.

O tempo era movido pela lua, sol, chuva e vento e as quatro estações – outono, inverno, primavera e verão.

O que funcionava era olho no olho, chicote na mão e benção na outra.

Palavra bastava para negócio fechado, respeito por tudo e por todos era trato.

Tempos que não voltam mais, sabores naturais de frutas no pé, farinha de mandioca no prato, café com garapa, sardinha na brasa, jás...

Saudoso fica o pião não girado, a pipa interrompida pelo cerol, a ostra acompanhada por limão em dia de sol... A praia era casa, a mata geladeira e dispensa.

Hidromassagem cachoeira, manta era noite estrelada e aprendizado eram por histórias contadas...

Modernidade era coisa inventada.

A dança era xiba, fita, congada e São Gonçalo para pagar promessa, dançava-se para comemorar o Sagrado! Em dias santos tinha reza e bailado.

Um dia a estrada chegou e foi aí que a coisa desandou...

A tal modernidade invadiu, misturou toda gente e suas verdades, tudo por vaidade.

Se falasse para os caiçaras idos, os tempos de hoje diriam que é coisa do capeta. E pensando bem até eu as vezes penso que é mesmo.

Funck, sertanejo, hip hop, axé, tudo junto e misturado. Este é o mundo globalizado. Não existe infância e sim informatizados. O alimento é enlatado ou derivado, doenças de tudo quanto é forma e formato. Ninguém sabe de onde veio e não interessa o passado... para onde vão?

Também não sabem, pois ninguém se importa mais com a própria história, avós e tataravós são só um número vinculado à genética. De onde viemos e para onde vamos?

Me desculpem, eu não consigo saber, o sms não chegou... caiu a conexão

Ubatubense
Enviado por Ubatubense em 27/04/2016
Código do texto: T5618456
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