Chama Lacerante
O silêncio atormenta novamente a minha essência
E torna-se parte rotineira de todos os momentos
São partes importantes de um todo incompleto
Aquele detalhe minucioso que se esconde atrás do véu
No recôndito dos pensamentos inexplorados
Você busca decifrar qual foi o seu engano
Um lapso inconstante criado sem a sua permissão
Que transforma os seus dias em uma ilusão
Deixando você em pequenos pedaços diminutos
Menosprezado em uma solidão taciturna
Se sente esquecido em um canto escuro
Vivenciando cada segundo de um dia triste
Nem ao menos se da ao trabalho de abrir as janelas
São muitas perguntas que a dúvida te mostra
Aquele sentimento inexistente alheio à dor
Que você cativou com todas as suas habilidades
E que vem bater a sua porta quando menos espera
Um dia frio de muita sinceridade abstrata
Uma mesa farta de aparências e disfarces
Sendo que nem toda a franqueza se faz presente
Nem a suavidade e a delicadeza das tuas palavras
Que nunca foram ditas de uma forma cortês
Seja por todo o comedimento que te torna singular
Uma espécie excêntrica de portas abertas
Que faz do pesar insólito uma faca de dois gumes
Uma saída alternativa para todo o seu fracasso
Que é analisado na penumbra da sua consciência
Um ambiente lúgubre que se fez sem luz
Por todo aquele tempo que se permitiu ser lamentoso
Aviltado por todos os lugares que frequentou
E até mesmo de onde seu sangue veio
Encontrou portas fechadas e muitas injúrias
O arrependimento que é um sentimento inexequível
E a dor que se encontra hospedada em seu peito
Faz-se chama lacerante da sua alma inquieta
Um tipo exclusivo de tortura consternada
Que é invocada a cada pensamento imperfeito
Que você insiste em criar a cada segundo pífio
E nem todas as condolências tiram você dessa agonia
Uma ansiedade sem fim para que o dia acabe
E que a noite escura possa trazer um pouco de alento
Uma agradável e bela sensação de ludíbrio
Diminuindo um pouco esse soturno tormento