Sobre a verdade
 
Nem sempre o interesse daqueles que nos informam é a verdade. Muitas vezes as coisas são manipuladas para que pensemos de modo x ou y. Assim não raro ocorre em relação a uma série de coisas. A realidade está mais em nossa mente que em acontecimentos, desse modo. Desde algum tempo duvidei de coisas que me foram ensinadas, e não raro evito expressar opinião para evitar conflito. Esse é o destino do filósofo. Noutros tempos não era tão fácil assim, e escrevendo sobre a biografia de Tomaso Campanella, um pensador não muito conhecido, autor da obra “A Cidade do Sol”, percebi da dificuldade da liberdade de pensamento. Esse recebeu cinco processos de acusação, e ficou preso por 27 anos, apenas por falar de coisas diferentes, tidas por heresia ou contrárias ao que entendiam os poderosos, em especial sobre temas religiosos. Os donos do poder ainda querem manter a muitos iludidos, e apenas não sofremos a pena que o pensador italiano sofreu, pelo governo laico. Quem domina pelas ideias acaba usando do nome de Deus, de algum poder superior ou tradição, e sempre entende que faz o melhor, ou faz seus ouvintes entenderem. Não é de hoje que duvido da história que oficialmente é contada, e apenas no futuro saberemos de tudo que ocorre em nossos dias, como no caso de Hitler no passado, que dizem ter sobrevivido e fugido para a Argentina, após documentos liberados da CIA que tratam do assunto, há dois anos. Assim o mesmo se diga de tudo que ocorre em nome da democracia, que vemos por um lado satisfeitos, e por outro, desconfiados.


Governados
 
Não somos governados apenas por não ter poder e dinheiro, ou votos, mas pelas ideias que nos são defendidas. Já falei em outros artigos de “Maquiavel Pedagogo”, e de outras obras ou ideias que rompem com esse sistema atual. Ademais, que a busca ética de pessoas honestas defende uma política ética, em artigo sobre o antimaquiavélico. Talvez voltemos as bases, onde existiam governos bons e maus, e onde um Sócrates, Platão ou Aristóteles, que falavam até do tema da escravidão, tratavam também de uma política, que para muitos deles era melhor na forma de monarquia. Sabemos que a monarquia não vingou, e que governos baseados na mesma linhagem e família foram aos poucos substituídos por formas republicanas, e apenas depois pela democracia. Mas, que nem disse o pensador Nietzsche, existem os dominadores e os dominados. Achamos que dominamos com a democracia, mas cada vez mais vemos um sistema de dois pesos e duas medidas, onde se pode colocar qualquer governante em Executivo, por exemplo um prefeito, e por algum erro seu, esse ser afastado por impeachment. Nada mais justo que exista um controle, mas em muito isso supera a ideia de Barão de Montesquieu, da separação dos três poderes, que muitos estudantes de Direito se debruçam, onde há os poderes independentes do legislativo, que vemos nas câmaras, o Judiciário, e ainda o Executivo (prefeitos, governadores e presidente). Fora isso tudo somos governados, e lutamos por denunciar muitas coisas, e muitos se afastam disso tudo por receio. O poder do cidadão é grande, mas exige as ferramentas corretas, com base na Lei. Mas quando vimos votos nessa semana, observamos parlamentares defendendo grupos x ou y, igrejas e mesmo apenas integrantes de suas famílias, e não aqueles que os elegeram. Disso leva a pensar até onde a democracia mantém mais os governados e que faz governantes, e até onde o povo vive de forma parecida a de outrora, quando reis e imperadores governavam, com o mínimo necessário e muitas vezes nem conhecendo os seus próprios direitos, quanto menos ainda a Constituição? Certo é que o povo espera o melhor, mas que delega seu poder de ser governado, seja a qualquer um dos três poderes e sua função política do Estado.