Conservadora, eu?

Se sou conservadora? Claro que sou, mas só do acredito ser importante. Ordem e progresso, são importantes, não? Então, que se discuta os pontos que acreditamos representar estagnação no desenvolvimento para todos, para o bem da sociedade de forma que TODOS se beneficiem das mudancas, com base nos princípios dos direitos humanos. O passado não muda mais e ninguem tem que esquecer os erros cometidos, os sofrimentos causados ou sentidos. E o hoje que conta, porque o amanhã depende disso. Ja não somos negros, brancos, asiaticos, europeus, heteros ou homossexuais, homens ou mulheres. Somos pessoas, gente e apenas isso, vivendo num espaço delimitado de terra, que chamamos país, tentando se desenvolver e evoluir para uma sociedade mais justa e igualitária. Somos uma nação!

A historia nos diz, que o grande número de excluídos desse país, cerca de 90 por cento que vive distantes dos grandes centros, são resultado da não valorização de seres humanos, desde que os europeus chegaram por aqui, de seus potenciais intelectuais, além da exploração e do não reconhecimento de tantos que nasceram dos abusos sexuais e foram abandonados à própria sorte, sem sobrenome e sem direito à herança de seus genitores que com valentia, cresceram, constituíram família e infelizmente, se mantiveram em condições sociais que não lhes permitia ascender.

Que vergonha sentimos ao falar disso, ao lembrar dos sofrimentos causados...Mas, a maioria de nós já tem consciência da igualdade, da necessidade de se proporcionar desenvolvimento intelectual e oportunidades iguais, direitos humanos e de cidadãos, de forma igualitária para combater a pobreza, a exploração e a exclusão. Sabemos que o conhecimento e libertador e que se não somos iguais em alguma coisa, só mesmo nas oportunidades.

Fui defensora de bolsas em universidades, para negros. Hoje, defendo um ensino básico de qualidade, bom o suficiente para que todos possam se tornar aptos ao desafio de passar nos vestibulares das universidades públicas, afinal nós pagamos por ela e ela nos pertence. Universidade particular, tem que ser para quem pode pagar e a igualdade de oportunidade, começa ai, do contrário, entre 1000 universitários de universidade pública, se 200 forem bolsistas,pouco mais da metade conseguirao concluir o curso, não so por falta de dinheiro, mas pela dificuldade que enfrentarao, caso venham do ensino público. Não que eu seja contra cotas, só acho que para promover a igualdade, não é suficiente e o efeito causado por esses que conseguem graduar-se, na realidade dos que continuam dependendo de bolsas e pequeno comparado ao número de brancos economicamente estáveis que vivem nesse país. E ai, eu pergunto: qual governo ficaria feliz com pessoas críticas, capazes de reconhecer seus direitos e deveres, ao ponto de criar condições reais de igualdade para o desenvolvimento intelectual que dá uma visão muito mais ampla da realidade? Mais fácil enrolar o povo com soluções paliativas e colocando uns contra os outros, promovendo os preconceitos, porque assim, enquanto brigamos uns com outros dificilmente poderemos concluir, pensando juntos, que os governos fazem aquilo que lhes convém, não o que é relevante é importante para nós.

Digo o mesmo sobre aborto, drogas.... E mais fácil remediar do que evitar com educação, oferecendo condições para que as pessoas possam fazer suas escolhas de forma consciente, através de reflexões e principalmente tendo condições para enxergar outros caminhos, caso eles existam. Isso é proporcionar liberdade, e mostrar caminhos e permitir escolhas. Isso, sim é tornar as pessoas donas de seus corpos e de seus narizes. Não adianta esperar que o bebê tome choque ou se queime no fogão, bebe produto de limpeza, e depois tomar as providências, a experiência já aconteceu, já marcou... Pessoas sem conhecimento, pouco instruídas, tem uma visão reduzida das coisas, limitada. Se queremos pessoas autônomas, capazes de compreender riscos e consequencias para sua integridade fisica, emocional que determinada algumas realizações ao longo da vida, inicialmente protegemos e depois ensinamos. Drogas e abortos estão presentes em todas as classes, mas predomina entre pobres e negros. Considerando que o número de pobres e negros do país, digam-me em que grupos nascerao menos crianças? Entre brancos e ricos(incluindo todos), que dispõem de educação e conhecimentos sobre controle de natalidade e raramente tem mais que dois ou três filhos, optando por vasectomia ou métodos contraceptivos, acompanhamento médico e tudo mais? É assim que se promove a igualdade, reduzindo a partir do ventre a proliferacao da pobreza e dos excluídos? Porque não oferecer educacao de qualidade e serviços de saúde que realmente atendam a população e tenham autonomia para educar, orientar, cuidar, acolher e tratar as pessoas como é preciso e como merecem?

Atualmente, mal se consegue tratar uma pneumonia ou fazer uma cirurgia de urgência em hospitais públicos, não há recursos para campanhas de prevenções, vacinações, nem condições de trabalho para médicos, enfermeiros, muito menos leitos e vagas para internações. Podemos achar que liberando o aborto e as drogas, as pessoas vão se beneficiar de alguma coisa, terão mais saúde?Mas podem apostar que alguém vai ganhar muito dinheiro com as drogas vendidas enquanto os os zumbis que perambulam pelas ruas, morrem aos poucos e definham junto com todos os valores e o que lhe resta de dignidade....

E minha gente, sou conservadora... Conservo a mania de pensar que minhas escolhas de hoje, definem o que viverei amanhã. Por isso, não acredito em paliativos, porque não representam soluções a longo prazo, além de muitas vezes melhorar uma coisa e estragar outra.

Governos são assim, raramente disponibilizam soluções imediatas ou a longo prazo, porque 4 anos e pouco e mais que isso cria ditadores.

Cabe a nós identificarmos as necessidades, o que é paliariam e o que é solução, mesmo que a longo a prazo.

Nao interessa quem veio antes, nem quem vem depois. Nossa função é a reflexão sobre o futuro que desejamos é o que e de fato necessário para que alcancemos e cobrar. Conservar, nem sempre é estagnar e pode significar proteção até que a maturidade chegue e possamos fazer as mudanças na direção certa, do futuro que queremos pra nós.

Leda Gaivota
Enviado por Leda Gaivota em 23/04/2016
Reeditado em 23/04/2016
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