Resgatando a Inspiração

Aqueles acostumados com a produtividade dos momentos mais inspirados, intuições, pensamento rápido, impressão de ser mais inteligente que os outros ou mesmo de estar descobrindo um novo

talento pode facilmente ser levado a conclusão contrária nos momentos em que esta produtividade cai.

A frustração de não se sentir mais um gênio, de sentir capaz de revolucionar seu ramo de atividade ou de investimentos pessoais pode ser fonte de preocupante desmotivação que acaba prolongando este estado de pouca produtividade.

O combustível da motivação é o reconhecimento. Mesmo quando fazemos algo necessário a nossa sobrevivência enfrentando um grande problema no trabalho ou com a saúde, sentimos um gostinho de termos a força e competência para enfrentar qualquer problema. isto nos motiva ao mesmo tempo que nos joga em uma armadilha.

Enfrentar o maior problema do mundo não significa que qualquer outro problema poderá ser resolvido facilmente. Não existe isto de chave de todos os problemas. Quem se motiva por estas ambições não demorará ter provas disto. Conheci pessoas capazes de tirar colegas e desconhecidos de vícios mas não conseguir conviver com a própria família.

Não existem problemas menores, existem diferentes tipos de problema cada qual com sua gravidade e forma de se resolver.

Buscar o reconhecimento de alguém muito importante é uma fonte poderosa de motivação, mas igualmente perigosa. As pessoas

podem sinceramente não ver grandes coisas naquilo que você faz, pode sentir inveja e procurar desmerecer o que faz ou mesmo entender que te reconhecendo irá parar de correr atrás.

Em todo caso, diante da frustração com este desejo de reconhecimento perdemos a motivação para concentrar e se empenhar em algo que acreditamos ser em vão ou infértil.

Temos a impressão conjugada de que não somos reconhecidos por que nos falta talento e ao mesmo tempo o talento que surge da motivação se encontra escondido e adormecido novamente. Por isto temos a impressão de que nossa vontade e concentração se encontram em sono profundo. E quanto mais nos desesperamos com isto mais a mesma mergulha no seu profundo sono.

Por isto é importante a prática de atividades diversificadas. Um passeio com o cachorro, a arrumação de um quarto, a prática de um esporte, a participação em atividades filantrópicas podem te fazer lembrar que a motivação também tem fundamento externo nos outros que nos cercam e nas atividades que podemos ou não realizar. Esqueçam isto de que a motivação só depende da pessoa querer.

A falta de reconhecimento, as ilusões e decepções são reais e colocam você diante de situações comuns a muitas pessoas.

Você começa a perceber que tem pessoas que te fazem dormir quando conversam com você e outras que te levam a atravessar a madrugada

na frente de um computador para continuar o papo. Alguns livros lemos em 3 dias e outros se parecem com aquelas bolas de ferro que arrastam os prisioneiros.

Nossos pais nos ensinaram a menosprezar estas atividades que fazemos espontaneamente, justamente por que eram fortes concorrentes com as atividades obrigatórias e rotineiras que tínhamos que fazer.

Quantas vezes ficou em uma festa triste ou pensando na vida e a chegada do primo doidão fez até a música que seu tio gosta parar

de te incomodar. Aquele professor que chegava entusiasmado falando de relacionamento te fazia acordar durante a aula e aquelas

matérias empurradas na base do medo de ser reprovado você já até esqueceu.

Quer dizer que gente só deve fazer o que gosta? Tem coisas que são necessárias pra sua vida e reputação que embora não goste precisa fazer. Te pergunto por que não gosta das coisas que são necessárias pra você? Por que aprendeu que coisas que são boas pra você são chatas e sem graça? Por que isto nunca te foi ensinado, você tinha que fazer e pronto.

Um dia você numa fase rebelde resolveu romper com tudo isto. Usou drogas, se embriagou e começou a testar os limites da sociedade. Descobriu depois de algum tempo, que embora as precauções que realmente lhe foram dadas de forma autoritária e unilateral tinham uma certa lógica e sentido. A sua revolta era antes de tudo um pedido de esclarecimento e de sentido para as coisas que estava obrigado a fazer seja por convenções, costumes ou desaprovação dos pais.

O que os pais não puderem te responder a vida poderá fazê-lo, embora de maneira dura e muitas vezes fatal ou dolorosa.

Olhe pra você e olhe ao seu redor. As duas coisas estão conectadas. Quando olha para as pessoas e escuta seus comentários está também olhando e ouvindo seus pensamentos - que são seus julgamentos sobre as coisas e pessoas. Reflita sobre seus julgamentos, que podem inclusive serem muito impiedosos consigo mesmo.

Wendel Alves Damasceno
Enviado por Wendel Alves Damasceno em 21/04/2016
Reeditado em 21/04/2016
Código do texto: T5611401
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