O Sol
Como não ser clichê sendo? Você me fez (re)descobrir muitas coisas. Fez com que eu olhasse aquilo de ruim que fui para os outros. Ruindade não é bem a coisa certa a ser dita: eu só fui uma incessante máquina destruidora de expectativas alheias. As fomentava como cartas a serem empilhadas num castelo para bater o dedo na quina da mesa em seguida. Sempre sem querer. Querendo. Talvez seja o que você é agora. Com a singela diferença de que você é sincera. Debochadamente sincera. Expor o pensar sobre o outro soa esquisito... Histórias repetidas com diferentes pessoas. Penso que evoluo a cada topada - dessas que me desarmam e me desanimam e me jogam escarrado à sarjeta - que dou, mas, bem, é uma topada: topo e paro. Estagno. O filme é repetido, o final é igual. O que evolui é a capacidade de introjetar maiores doses de morfina onde dói. Dependendo da necessidade, se a dor for útil.
[A dor de sentir esse calafrio jubiloso sempre que vejo seu jeito-sem-jeito largando a bolsa em cima da mesa e abraçando meu gato].
É tudo tão sem propósito nem substância.
Vazio e perfunctório.
Unilateral.
Esquisito
E mágico.
[São esses palitos de dentes que ponho de sustentáculo às minhas pálpebras que me fazem olhar diretamente para o sol o dia inteiro e ficar completamente cego].
The Who - Behind Blue Eyes
18/04/2016