IMPEACHMENT THE DAY AFTER

Acabou! Depois de longos meses. Praticamente desde o começo de 2015, quando ficou claro o estelionato eleitoral de que o Brasil foi vítima. Lutei muito por isso. Tenho certeza de que menos do que poderia e muito mais do que me ditou a vontade e o bom senso. Ainda há mais guerra. Mas assim como depois da Batalha de Stalingrado e da Queda do Muro de Berlim, o curso dos acontecimentos é irreversível. Mas diferentemente de muitos não estou alegre. Fiz minha parte, recolho as bandeiras e volto para casa.

Já fui militante de esquerda. Apesar de ter revisto meus conceitos, ainda sinto admiração por muitos de meus heróis que estavam nesta votação. Erundina para citar a maior. Gente de integridade e coragem. Era nítida sua decepção. A minha também. Ali, quando foi dado o 342º voto, foi enterrado muitos dos meus sonhos políticos de jovem. Ver Paulo Maluf, vermelho que nem um pimentão, votando sim, foi outra pá neste túmulo. Ele parecia dizer como Nelson Rodrigues: Perdoa-me por te traíres, companheiro! Mas eu lutei para que fosse assim. Melhor este funeral do que o que está reservado para a minha antiga admiração do regime bolivariano de Hugo Chaves.

No entanto, como descrevi alegoricamente em um conto meu (Geisel), isto não significa que esteja otimista quanto ao futuro. O que não podia mais aguentar sem fazer nada era o PT e a presidanta se afundando e querendo levar o Brasil junto com eles. Qualquer que seja o caminho que se tome agora, será melhor do que o que eles queriam nos levar. Mas tão perigoso quanto a demagogia de esquerda que temos sido prisioneiros, é a de direita que vi se assanhando no Plenário da Câmara.

Aristoteles da Silva
Enviado por Aristoteles da Silva em 18/04/2016
Reeditado em 18/04/2016
Código do texto: T5608923
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