Arte dura
Minha vivência é retratada, refratada, ajustada, relocada, alocada num muntarél perdido de poesias vivas chutando a vida vivida que vivem sem ver.
Ver o que passa por onde passam seus olhos pensantes em meios pensamento marginalizados pela vida que não se vive pela poesia.
Vida essa que se esconde em becos, ruelas e sangue. Que transpaça o metafísico e joga os arranhões do contato selvagem civilizado.
Selvageria. Conceito egocêntrico de marginalizar a melodia profunda de sentimentos rústicos que perecem na lama multifacetada de nossas favelas.
Favelas essas, lugares absortos de antigas cântigas que morrem aos poucos pelo som insistente de (como) sirene gritante de Mozar.
Sirene gritante que também inclui vivência sofrida de realocações e engessamento de seres perdidos na transcendência da realidade que a arte não vê.
Não vê e não vejo meu eu mesmo. Eu mesmo, esse que já nem pra mim é certo mais. E que nesse caldeirão de cantigas antigas vejo que distante desse engessamento creio que já nem exista mais.