Reunião de Imortais.
O nobre salão da eternidade os recebeu com honra.
Coroas de pétalas em puro ouro feitas lhes adornavam a fronte.
O Olimpo os recebeu, a magia da palavra os tornou imortais.
Ali estavam eles. Casimiro de Abreu/Eça de Queiroz/Machado de Assis/Camilo Castelo Branco/
Castro Alves/Luís de Camões/Gonçalves Dias/Guerra Junqueiro.
Sempre, mas sempre a mesma pergunta. Que fizeram da nossa língua?
Para quê tantos acordos? Como vão ser escritos no futuro os nossos livros, os nossos poemas?
Ninguém, nenhum destes imortais, e tantos outros. sabia a resposta.
De repente, com assombro de todos,como que por milagre aparecendo se ouve alguém; um grito de revolta.
Última flor de Lácio, inculta e bela,
És a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela
Amo-a assim, desconhecida e obscura
Tuba de algo clangor,lira singela,
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Em que da voz materna ouvi:”meu filho”,
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho.
(Assim protestava Olavo Bilac contra o assassinato da língua portuguesa)
Ah! Como eu gostava de saber escrever a nossa língua!.Infelizmente não sei.