Reunião de Imortais.

O nobre salão da eternidade os recebeu com honra.

Coroas de pétalas em puro ouro feitas lhes adornavam a fronte.

O Olimpo os recebeu, a magia da palavra os tornou imortais.

Ali estavam eles. Casimiro de Abreu/Eça de Queiroz/Machado de Assis/Camilo Castelo Branco/

Castro Alves/Luís de Camões/Gonçalves Dias/Guerra Junqueiro.

Sempre, mas sempre a mesma pergunta. Que fizeram da nossa língua?

Para quê tantos acordos? Como vão ser escritos no futuro os nossos livros, os nossos poemas?

Ninguém, nenhum destes imortais, e tantos outros. sabia a resposta.

De repente, com assombro de todos,como que por milagre aparecendo se ouve alguém; um grito de revolta.

Última flor de Lácio, inculta e bela,

És a um tempo, esplendor e sepultura:

Ouro nativo, que na ganga impura

A bruta mina entre os cascalhos vela

Amo-a assim, desconhecida e obscura

Tuba de algo clangor,lira singela,

E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo teu viço agreste e o teu aroma

De virgens selvas e de oceano largo!

Em que da voz materna ouvi:”meu filho”,

E em que Camões chorou, no exílio amargo,

O gênio sem ventura e o amor sem brilho.

(Assim protestava Olavo Bilac contra o assassinato da língua portuguesa)

Ah! Como eu gostava de saber escrever a nossa língua!.Infelizmente não sei.

Quo Vadis
Enviado por Quo Vadis em 16/04/2016
Reeditado em 16/06/2016
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