O que se foi
Pequenas e grandes lembranças.
Sensação de solidão. Solidão ou liberdade?
Um lugar vazio, que não é exatamente uma cama, um armário, prateleiras de livros esvaziadas, não, não é apenas isso.
São lugares vazios interiores. Ocos espaços na nossa casa interior.
Parece que novos sonhos agora circulam livremente, mas nem tão livremente assim.
Esbarram em resquícios do que ficou da antiga existência. E esse resvalar, remete a um recordar.
Então o vazio, de tão vazio, dói.
É que sempre sobram um pouco...
Como fotos preservadas, que escondemos de nós mesmos, e as pequenas e aparentemente insignificantes “coisinhas”, são detalhes absolutamente marcantes.
Porque nem tudo se vai.
Tem os costumes, hábitos, aquilo que não se apaga simplesmente.
Há que deixar o tempo agir, há que aprender a conviver com alguns novos lugares, tão nossos, mas que antes nem conhecíamos,
Saber um pouco mais da nossa própria existência, quem somos, onde estamos.
Saber o nosso lugar na vida...
Se apropriar do tempo novo, de novas possibilidades. Realinhar, reconhecer o que de fato e nosso...
Situar-se no silencio, no vazio, da nova condição.
Porque nem tudo se vai assim, tão simplesmente.