E novamente eu quis fugir

Eu quis fugir pra longe de tudo e de todos

Não queria ouvir nenhuma voz, apenas a do silêncio

Me acusei, me feri me abandonei

Fui o algoz, fui o ladrão de mim mesmo

Eu naveguei nas águas que não conhecia

E quis conhecer as montanhas não tão belas

Não quis sentir mais o vento nem o perfume das flores

Não quis saber das lógicas e das respostas certas

Não quis saber se era orgulho ou se meus olhos se fecharam

A imensidão só é imensa para que a procura

Caso contrário vive-se em um mundo limitado e sem graça

O poder da imaginação é infinito, tão quão que se perde em si própria

Buscamos ouros em nossa vida e juntar moedas

Perdemos a essência e simplicidade ao preferir seguir por uma linha complexa

Pintamos nossa vida em muros e favelas de nossas mentes

Pichamos a nossa inteligência tornando-a inferior do que é

Lavamos nossa alma com água que sujamos de nossas impurezas

E clamamos indignos por uma salvação sem nos espremermos pela porta estreita

E no final de tudo chegamos a nada

E nada nos coloca no ponto inicial novamente

E novamente eu quis fugir para longe de tudo e de todos.

Xande de Matos
Enviado por Xande de Matos em 08/04/2016
Código do texto: T5598728
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