E novamente eu quis fugir
Eu quis fugir pra longe de tudo e de todos
Não queria ouvir nenhuma voz, apenas a do silêncio
Me acusei, me feri me abandonei
Fui o algoz, fui o ladrão de mim mesmo
Eu naveguei nas águas que não conhecia
E quis conhecer as montanhas não tão belas
Não quis sentir mais o vento nem o perfume das flores
Não quis saber das lógicas e das respostas certas
Não quis saber se era orgulho ou se meus olhos se fecharam
A imensidão só é imensa para que a procura
Caso contrário vive-se em um mundo limitado e sem graça
O poder da imaginação é infinito, tão quão que se perde em si própria
Buscamos ouros em nossa vida e juntar moedas
Perdemos a essência e simplicidade ao preferir seguir por uma linha complexa
Pintamos nossa vida em muros e favelas de nossas mentes
Pichamos a nossa inteligência tornando-a inferior do que é
Lavamos nossa alma com água que sujamos de nossas impurezas
E clamamos indignos por uma salvação sem nos espremermos pela porta estreita
E no final de tudo chegamos a nada
E nada nos coloca no ponto inicial novamente
E novamente eu quis fugir para longe de tudo e de todos.