Queda livre
De repente tudo se torna imperfeito, sem sentido
E o mundo parece estar oscilando a sua frequência externa
Distorce um pouco a realidade paralela que você tem
E você acaba sem chão rapidamente sem motivo algum
Tudo ao redor parece estar em câmera lenta
Como um filme mudo que você nunca viu
Percebe que de nada adianta pensar diferente
Porque no final a decisão nunca é sua de verdade
Você se pergunta a todo momento onde foi que errou
Mas certamente o erro ainda nem aconteceu
E as correntes já estão penduradas em seu pescoço
Os grilhões fazem uma melodia a cada passo
E você se torna escravo do que cultua
Nada consegue ser tão forte quanto às palavras
Nem com tanto poder de profunda destruição
Acaba com todas as certezas em um segundo
Você sente que está no alto de uma colina
E no instante seguinte esta caindo no abismo
Que você mesmo abriu em sua vida com o medo
De errar nas escolhas e desperdiçar o seu tempo
Você se vê perdido no espaço em queda livre
Sente todos os teus sonhos deixando seu corpo
Pois para eles é o fim que está chegando
Muitas vezes, muito cedo e sem nenhuma chance
Você já não tem mais noção de onde está
Nem consegue ter forças para erguer a sua cabeça
Como se tivessem desligado o seu coração
E o desespero começa a tomar conta do seu ser
Não percebe que por mais forte que seja à vontade
Muitas vezes é importante saber de onde ela vem
Compreender que às vezes um ponto final tem que existir
Para que uma nova frase mais completa comece
Que uma história só é contada quando marca
E que os pesadelos também fazem parte dos sonhos
As lembranças travam batalhas ferozes com a realidade
Em uma balança que busca o equilíbrio na vida
Mas você percebe que continua caindo
E começa a acreditar que esse abismo não tem fim
Você desce tanto que nem acredita que é possível
Enxerga no espelho tudo aquilo que você esconde
Por receio de que o mundo possa te criticar
Busca esquecer as tuas metas para não se decepcionar
Com todas as possíveis derrotas que você já esta contando
Mas percebe que a pior derrota existente
É não ter o que lembrar quando se está só
Toda a sua singularidade jogada no ralo da indiferença
Descobre vários caminhos por onde você não deseja passar
Mas se esconde atrás do muro quando um carro passa
Joga toda a sua frustração no primeiro que bate a sua porta
Em busca daquele algo mais que faça a diferença
Que pode ter se extraviado em tantas esquinas
Que você esteve desperdiçando o seu tempo
Com coisas que agora são apenas cicatrizes em você
E o arrependimento que caminha lado a lado com a angústia
Deveria ter ficado do lado de fora da sua serenidade
Sem poder entrar sorrateiramente destruindo tudo
Como se fosse o dono de toda a concepção
Ponderando tudo aquilo que deveria ser escolha sua
Alheio a qualquer vontade e desejo que se esconde
Considerando a vida como um simples jogo de sorte
Onde o que você encontra no azar é a morte