pensamentos que não me levam a lugar nenhum.

Quando eu começo a beber,

puta merda,

é quase certo que me cerque de tudo o que mais me assusta quando sóbrio

e toda essa merda que me assombra,

parece não ter fim.

Nós nascemos e crescemos assustados.

Medo do escuro, medo dos gritos dos pais,

medo da pobreza, medo da solidão, medo da morte.

É tanto medo que vivemos num perpétuo estado de angustia,

mas a maior parte das pessoas consegue fingir que está tudo Ok.

Só que quando o alcool entra os medos saem.

Toda merda escorre,

ladeira abaixo.

Há quem agrida, violente, vomite verdades e inverdades.

esses são os mais covardes. tem tanto medo de si mesmos, que precisam ferir outros,

quase como uma garantia de que assim, não serão feridos.

E quando eu começo a beber, eu vejo tudo isso mais claramente.

ao mesmo tempo que me anestesio dos meus pensamentos sóbrios,

sobre vida e morte

e sobre minha existência.

Não há uma grande tragédia na minha vida,

então por que eu tenho tanto medo?

Por que eu mal consigo encarar o espelho,

sem querer quebra-lo?

Puta merda,

Toda vez que eu bebo sozinho é isso.

Reflexões inúteis,

pensamentos que não me levam a lugar nenhum.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 03/04/2016
Código do texto: T5593295
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