Como dois estranhos!
A vida é mesmo engraçada! A gente vive pra conhecer e desconhecer pessoas. A gente divide a nossa vida, a casa, os planos, a cama, os sonhos, os lençóis...Desnuda o corpo, a alma, os medos, as paixões...Saboreia os beijos, o toque, o suor...e segue como dois estranhos, como se nunca tivesse cruzado o caminho do outro, estado na vida do outro... como se nunca tivesse trocado beijos, carinhos, mensagens...
E os planos que fizemos? E os lugares que pretendíamos conhecer? E os bares onde queríamos ir? E as comidas que planejávamos preparar? E as coisas que a gente tinha pra ensinar? E os filmes que a gente não viu? E as massagens que a gente pretendia fazer? Pra onde será que vão todos os nossos desejos depois que a relação acaba? Transformam-se em saudade? Suspeito que sim! Saudade do que a gente não viveu. Saudade essa que se mistura com a saudade de tudo que passou, dos beijos que demos, da respiração ofegante ao pé do ouvido, do carinho no braço, do calor do abraço, do “Bom dia” pela manhã...
E a gente segue como duas pessoas que nunca se viram, cada um trilhando o caminho que tem pra seguir, como sendo apenas mais dois estranhos na fila do banco ou do caixa de um supermercado qualquer...
(Gabriela Hanan)