TEOLOGIA DA PROSPERIDADE: A VERDADEIRA POBREZA EXTREMA
Não gosto do Evangelho da Prosperidade. Ele é muito pobre. Paupérrimo! Aliás, é a coisa mais miserável que eu conheço. Em primeiro lugar, ele não é Evangelho. O Evangelho é a mais bela notícia que houve na história da humanidade. O Evangelho, o mais puro e verdadeiro Evangelho, fala das boas novas da Salvação do homem, mediante única e exclusivamente o Sacrifício de Jesus Cristo. O Evangelho nos fala da vida eterna. A prosperidade, muito pelo contrário, nos fala de coisas terrenas. Não gosto desta falsa prosperidade.
Em segundo lugar, não encontro qualquer base bíblica no Novo Testamento onde eu possa afirmar que, por ser servo de Jesus Cristo, eu deva ficar rico ou que a riqueza é o sinal de que Deus está em minha vida. No entanto, por via totalmente contrária, o Evangelho me chama para uma vida isenta de ganância.
Os defensores desta doutrina, usam ainda o seguinte argumento: "Se Deus é meu Pai, e Ele também é o dono da prata e do ouro, então nós que somos seus filhos também devemos ser ricos e prósperos!"
Esse argumento é por demais mentiroso. Veja, é verdade sim que Deus é nosso Pai e que também Ele é o dono da prata e do ouro. Mas nem por isso nós temos que ser donos de imensas riquezas. O dono da riqueza é Ele, e não nós!
Além do mais, se este argumento fosse verdadeiro, então nós também deveríamos ter poderes infinitos como o de Deus, e ainda também deveríamos ter as mesmas qualidades divinas e eternas de Deus, como por exemplo a santidade, onipresença, onipotência e etc.
O próprio Jesus Cristo nos manda que nós não ajuntemos tesouros nesta terra, pois os tesouros aqui são perecíveis, quer seja pela traça quer seja pelos ladrões. O Senhor Jesus nos manda que ajuntemos nosso tesouro no céu (Mt 6:19), pois o que lá for ajuntado será eternamente imperecível.
O Rei dos reis ainda nos ensina que a riqueza e a cobiça têm um efeito diabólico na nossa vida: impedem que a Palavra de Deus cresça dentro de cada um de nós! Nunca ouviu isso de Jesus? Então atente mais precisamente para a parábola do Semeador (Mc 4:1-20). Veja que, segundo Jesus, a riqueza e a cobiça são como “espinhos” que matam a Palavra de Deus no homem, tirando-o dos caminhos do Senhor e jogando-o na condenação eterna.
Apenas esses motivos já seriam suficientes para fazer com que eu não goste da teologia da prosperidade. Mas ainda tem mais:
É que a teologia da prosperidade nos fala de: carro novo, avião, mansão, ouro, prata, dinheiro, enfim, bens desta vida. A teologia da prosperidade não nos fala absolutamente nada acerca da vida eterna. A Bíblia nos diz que se esperarmos em Cristo apenas para esta vida, somos, de todos os homens, os mais miseráveis (I Co 15:19). As Sagradas Escrituras ainda nos afirmam que nossa vida deve ser isenta de ganância, de forma que nós devemos nos contentar com o que temos (Hb 13:5).
Se prosperidade financeira fosse confirmação da presença de Deus na vida de uma pessoa, então como explicar que o próprio Cristo tenha nascido em uma manjedoura, e, quando adulto, não tinha sequer onde reclinar a cabeça?
A riqueza é uma arma, e como toda arma pode ser usada para o bem ou para o mal. Infelizmente, na maioria das vezes, ela não é usada para o bem.
Dificilmente quem vive na riqueza, não se deixa levar pelas leviandades e sabores que ela pode proporcionar. Ou como o próprio Jesus falou: quão difícil é para um rico entrar no Reino dos Céus!
Enfim, não vou mais discorrer sobre um assinto tão pobre quanto esta teologia da prosperidade. Não gosto dela. É muito pobre.