As mesmas novidades...

Andando de cabeça baixa,

chutando as folhas secas na calçada.

Essa rua não tem nada novo pra se conhecer.

Pra quem não posso falar oi também não quero ver.

Chego em casa e no quarto tem alguns retratos,

de amigos que deixei, mas logo apago a luz e estou deitado.

Não tem nada novo que eu não vá sentir,

coloquei o som de umas flautas, melhor dormir.

Amanhã é outro dia e tudo começa cedo,

um homem vendendo jornais, gritando primeiro o preço.

Queria perder um pouco de vida passando horas e horas vendo tv,

mas até as guerras são as mesmas, mudando apenas o jeito de acontecer.

Até minhas novidades são parecidas com algo que já foi sentido,

mudando apenas o lugar e as pessoas, pra levar o nome de acontecido,

mas nunca estamos preparados de novo

Quase nada muda, a não ser seu rosto...

Esqueci o que eu deveria ter feito ontem,

mas estou lembrando das coisas do ano que vem...

Muitas pessoas não consentem,

Não preciso tentar agradar tanto também...

Se eu preferir ficar em casa

ouvindo umas canções me chamam de deprimido,

se eu for numa festa me chamam de possuído, perdido...

Até na igreja dizem coitado, tantos pecados,

o que será que procura aqui, não trouxe nem o dízimo...

Gasto pouco com o que eu preciso,

as vezes fico mais feliz com um objeto antigo achado no lixo...

Mas nada será novidade se com alguma coisa for parecido...

(Rômulo Ferreira, 18/03/2016)

Simplesmenteromulo
Enviado por Simplesmenteromulo em 18/03/2016
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