Pensamentos XXXII
Ando inquieto, solitário sem desejar companhia, absorto em pensamentos desconfiados, ansiosos e inseguros; vestígios de mim vagam pela consciência criando os conflitos ilusórios de minha vida. Estou hoje esmorecido de pensar e sentir, de perder-me em ilusões criadas pelos meus falsos julgamentos. Quero apenas ficar só comigo mesmo. Que culpa tem a realidade por causa das coisas que penso?
Para não criar conflitos entre outras pessoas, geralmente motivado pela vontade de não justificar em cima delas meu infortúnio, eu me ausento. Não me culpo por pensar o que penso, nem por sentir-me como sinto-me, por isso me ausento e fico a observar o que vai passando pela minha mente, mas culparia-me - por ainda não haver compreensão total - se por causa disso direcionasse meus pensamentos hostis às pessoas, que revidariam e criaríamos a dança da inconsciência. Estamos cegos por engano dos pensamentos, por isso despojamos nos outros todos os nossos medos e inseguranças disfarçados de argumentos falsos e sentimentos vazios. No fim todos queremos apenas nos justificar, nos afirmar, e mesmo que pra isso tenhamos de destruir o mundo, assim o faremos para não nos encararmos frente a frente.
Sonharei meu sofrimento com exclusividade, sozinho na minha mônoda, compartilhá-lo-ei em meio à natureza que não me julga, dando-me espaço para ser e dissolver a negatividade no ar puro de viver.