Chuva.
Pinga, pinga, pinga... Como que ao som de um pianinho de brinquedo, ela mostra sua face. Fria e fina ela cai. Em tempos complexos e espaçados, ela anuncia sua chegada aos que estão dispostos a vê-la... O ritmo aumenta e ela se mostra por inteiro, com todos as suas notas agudas... Com sua harmonia impecável e regida pelo vento, incríveis desenhos se formam ao cair de suas gotas. A todos ela molha. Sem distinção. Escorre pelo rosto da garotinha de vestido, que ao tentar esconder sua tristeza, sorriu e correu para chuva. Enxarca o terno do homem, que com pressa resolveu não esperar passar. E com sua melodia consoando pelo ar, ela se vai... Furtiva... silenciosa... Tão discreta quanto sua chegada, foi a sua saída. Frias e acinzentadas, as nuvens se foram. Na cidade vizinha foram avistadas... E ja começaram a resmungar, a reclamar, a praguejar contra ela. Porém, impiedosa e fria ela faz o seu trabalho: Pinga, pinga, pinga...