Naufrágio I

Estou me deparando com o naufrágio. Até tento ressurgir mais cai em um buraco profundo, e sem luz. A dor me encontra e me abraça, tento fugir e a tristeza beijam-me. Isso nunca vai parar, este é um novo dia, com fantasmas velhos. Tudo é vidro e quebra. É assim que deveria ser? E Retroceder. Você consegue ver minha autodestruição? Consegue ver onde estou caindo? Consegue me amparar? Consegue sentir pena, ou compaixão? É um pesadelo horroroso. O passado me assombra o passado volta. Sinto que você adormeceu, sinto que você se cegou. Sou escrava desse labirinto, desta rota de cascalho, que traça um caminho, mas que não leva há lugar algum.

Desejo ser livre e alcançar arautos. Desejo ser... Você é tão doce NACAIN, e sua magia é ruído bom. Sufoco-me atrás desse sorriso, mais eu confesso: É uma farça linda!

Eu repugno tudo o que me tornei. Ao longo de toda a minha vida, nem sequer sei se és real. Eu pertenço a outro lugar, talvez mais liquido, ou talvez mais sólido. Eu pertenço há um lugar enfeitado de muro, e rochas altas, e firmes. Fico da janela do meu quarto gritando em silêncio, tentando-te ver chegar, tentando te encontrar, tentando continuar de pé, tentando simplesmente estar de pé para te receber. Acredito que descobri qual o verdadeiro sentido de estar perdida, buscar forças para me impedir de te amar. No entanto sigo amando...

Lílian Matos
Enviado por Lílian Matos em 15/03/2016
Código do texto: T5574575
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