Da Pequenez e Finitude Humana

Ninguém é perfeito. Somos todos limitados. Embora essa seja uma das mais patentes verdades a respeito do homem, parece que é o que mais custamos aceitar. Desde o Éden o homem não está satisfeito consigo mesmo ou com o outro. Muito embora, segundo a narrativa do Gênesis, tenha sido o homem criado pelo próprio Deus e, diferente dos demais animais, recebeu o folego da vida vindo de Seu Criador, permitindo ao homem um “quê” de divino, ele não deixou de ser criatura limitada e, em busca da perfeição em si e no outro, acabou por se descobrir mais perdido e vazio que nunca.

A realidade é que desde sempre não aceitamos a imperfeição e finitude. O mundo nos exige demais e, por nossa vez, exigimos demais do mundo. Não aprendemos a lidar com a vida e muito menos com a morte. Somos mesquinhos para viver e egoístas para morrer.

O “quê” divino grita em nós a fim de buscarmos a melhor forma de nós mesmos, porém é algo inalcançável demais para conseguirmos. Por ser inalcançável nunca nos saciamos e acabamos por procurar meios e formas para satisfazer essa finitude, ou nos sentirmos superiores e melhores que os outros. A questão é que essa síndrome de superioridade nunca resolveu nada para ninguém.

Em geral, aqueles que percebem isso, ao galgarem os degraus do sucesso e conquista, descem um a mais na escada da humildade, pois reconhecem que quanto mais conhecem, menos sabem. Percebem que o mundo é grande demais para se limitar ao conhecimento de um ser. Percebem que nunca estarão em patamar elevado o suficiente para que se sintam superiores e mais, percebem que por mais que saibam, subam e apareçam, nada disso irá torna-los perfeitos ou infinitos. Percebem que o homem nunca alcançará a excelência e, por isso aprendem a respeitar os seus semelhantes, por mais que estes não sejam como eles.

Quando o homem entende isso, o “quê” divino passa a fazer sentido em sua existência, pois à semelhança do Cristo, ele consegue se humilhar à altura de outros, a fim de que esses possam crescer e se parecer com ele. Que tenhamos ciência e sabedoria, para aprendermos a ser grandes, em nossa finitude e pequenez.

Kelly Priscila

08/03/2016

20:10

Café e Leitura
Enviado por Café e Leitura em 08/03/2016
Reeditado em 15/05/2016
Código do texto: T5567896
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