PERSEGUIÇÃO!
PERSEGUIÇÃO!
Zé do Povo é um simples cidadão, e que não se confunda aqui o simples, com falta de inteligência. Ele aprendeu há muito tempo que dois mais dois são quatro. Já viu e ouviu muita coisa neste país das maravilhas, sobreviveu aos anos de chumbo da ditadura, vibrou na copa de 70, viu a eleição de Tancredo, os caras pintadas, o caçador de marajás, o mensalão que nunca existiu e agora o petrolão que também não existe.
Tentou negociar suas dívidas no banco, propondo o pagamento do seu débito com esperma do pangaré do sítio do seu avô. Mas ouviu do gerente que era impossível pois ele não é nenhum amigo do rei, e devo esclarecer que o tal rei não é o Roberto.
Do alto da sua simplicidade ele analisa o que vê e o que ouve de uma forma simples. Tem amigos que torcem para times diferentes que o seu, e amigos que não compartilham das suas ideias sobre política. Não votou no atual governo, mas não criminaliza nem ataca os que o fizeram, afinal, mesmo sendo simples ele não é burro, e sabe que os que elegeram o atual governo não o fizeram querendo a desgraça do país.
Muito pelo contrário, eles o fizeram acreditando na possibilidade de viverem no país maravilhoso criado pelo fazedor de reclames, que hoje atende pela alcunha de marqueteiro. Então ele pensa com razão, que todo e qualquer político hoje em dia e não importa o cargo, é um produto meticulosamente embalado pelos slogans de propaganda para ser vendido.
Em assim sendo todo eleitor passa a ser um consumidor. Consumidor tem direitos garantidos e uma propaganda que não entrega aquilo que promete é propaganda enganosa, e portanto passível de punição.Pelas trilhas da vida Zé do Povo também sempre ouviu dizer que todos são iguais perante a lei, no entanto sempre soube que a teoria na prática é um tanto diferente.
Ouviu, inclusive de seus amigos que elegeram o atual governo, que o tal do impitimant (não aprendeu como se escreve) é golpe e que o universo dos coxinhas conspira contra o governo e contra o ex-rei, que tudo não passa de uma perseguição política sem limites.
Agora parece que o barraco está prestes a desabar, e quem tirou a escora era até a pouco tempo figura proeminente do reduto palaciano. Zé do Povo aprendeu também que as vezes mudam-se as regras do jogo, mas também que onde há fumaça geralmente também há fogo.
Concorda que existe uma perseguição, a perseguição da verdade. Que tudo se esclareça, até mesmo que seja para provar que aqueles que demonizam os coxinhas e a tal da elite branca, estejam certos.
AC de Paula