Ciclos de dor
A inocência que emanava de meu peito, tornou se em uma aura escura que tem sugado o que há de bom ao meu redor, e aos poucos me prendo na escuridão. Que cega meus sentidos e me deixa dispersa. A sensação de distância, não apenas física, tem me consumido com um fogo destruidor que até mesmo minhas bases mais fortes tornou em nada. Sinto desmoronar quem sou e dar espaço ao vazio que arranca meu coração, aumentando o espaço vago, tirando a última esperança que possuía. Meus olhos já inquietos se tornam ainda mais agitados quando veem uma ponta de luz, por mínima que seja.
Foi quando veio ao meu encontro trazendo luz, me revivendo de uma morte interna de tudo que já fui. Uma nova Eu nasce, feliz e realizada. Com novos objetivos e esperanças, tentando seguir da melhor forma possível. A cada dia me esforçando mais para manter sua luz ao meu lado, me mantendo com os olhos abertos e pulmões funcionando. Mas principalmente com o coração batendo, você o manteve assim. Sentia como se suas mãos o fizessem pulsar, já que por minhas próprias forças ele já teria parado.
Porém, sua luz não passou de uma vela, que rapidamente chegou ao fim. Tão rápido que quando finalmente me aconcheguei em teus braços você os abriu e me deixou caindo, em um abismo tão profundo que achei que nunca voltaria. Meu corpo outra vez machucado, com feridas de traição e da queda, começou a tatear novamente no escuro, em busca de um sinal sequer de vida. Meu coração outra vez parou. Fiquei então encolhida no frio, sentindo apenas a brisa fria que passava, a brisa da falta de amor que arrepiou minha pele.
Outra luz apareceu, uma luz que parecia me confortar. Outro você apareceu. O ciclo eterno recomeçou.