Pertubatus Caelo

O céu que intuímos éden transcende o olho flanco, o ouvido louco e o balbuciar do entendimento.

O fim do homem se desvincula da passagem pela morte e se projeta além do mito engendrado sobre si, tão bem costurado nas entranhas do saber, autorizado e lúcido.

Dormir na pedra de ângulo é bem isso. Estagiar nu de berço a tumulo sem a graça do sacrifício. Sacro ofício...

Desejar o linho de vestes incorruptíveis é a armadilha mor do degenerado que furtou da verdadeira luz seu destino de algoz, condenado ao rastejo sob a espada flamejante ante o anjo austero que tudo sabe.

Acreditar-se limpo e puro é tolice eficaz que avilta as catedrais da humildade e que desvia o norte do amor maior, ainda presente nesta terra doente.

Marcos Palma
Enviado por Marcos Palma em 01/03/2016
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